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Internacional
Segunda - 21 de Maio de 2007 às 09:07

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Os episódios de violência interna no país - descritos como os mais intensos desde o fim da guerra civil, há 17 anos - já deixaram cerca de 50 pessoas mortas.

Nos combates deste domingo morreram mais de 20 soldados e 20 militantes, além de um número não confirmado de civis.

Na manhã desta segunda-feira, as tropas do governo bombardearam posições do grupo Fatah al-Islam perto do campo de refugiados de Nahr el-Bared, um dos principais focos da violência do dia anterior.

O ministro da informação, Ghaza Aridi, disse que o exército iria "caçar" os grupos militantes.

"Grandes ataques"

Aridi disse que entre os militantes mortos no domingo há "líderes importantes que já realizaram grandes ataques e estavam planejando outros".

Autoridades libanesas disseram à imprensa que um dos militantes mortos era procurado pela Justiça alemã, acusado de ter participado do planejamento de um ataque (que acabou não sendo realizado) contra trens na Alemanha.

Os confrontos começaram em Trípoli e depois se espalharam para o campo de Nahr al-Bared, onde está baseado o grupo sunita Fatah al-Islam, que supostamente teria ligações com a rede Al-Qaeda e com a inteligência síria.

O governo libanês acusou o Fatah al-Islam de tentar desestabilizar o país, enquanto o grupo alegou que o Exército provocou a violência.

Os soldados usaram tanques para bombardear posições militantes. Há relatos de civis mortos e feridos, além de muita destruição.

Em um outro incidente, uma explosão matou uma mulher perto de um shopping center na região cristã da capital libanesa, Beirute.

Roubo a banco

Os combates começaram após as forças de segurança libanesas terem realizado uma batida em um prédio em Trípoli à procura de suspeitos de um roubo a banco.

Após terem resistido à voz de prisão, militantes do Fatah al-Islam atacaram postos do Exército na entrada do campo de refugiados, onde vivem 30 mil palestinos.

Um acordo firmado há 38 anos impede que o Exército entre nos campos de refugiados do Líbano.

Horas mais tarde, um grande número de tropas libanesas contra-atacou.

O grupo militante disse que foi uma agressão não provocada.

"O problema começou com as prisões repetidas de nossos irmãos em Trípoli. Nós sempre defendemos os sunitas no Líbano", disse um porta-voz do grupo.

Horas após os confrontos, a Síria fechou temporariamente dois pontos da fronteira com o norte do Líbano alegando preocupações com a segurança.

Vigilância

O Líbano abriga mais de 350 mil refugiados palestinos que deixaram suas casas originais após a fundação de Israel, em 1948.

O campo de Nahr el-Bared estava sob vigilância desde as explosões de dois ônibus em uma área cristã de Beirute em fevereiro, pelas quais os militantes baseados no campo foram responsabilizados.

Segundo o correspondente da BBC em Beirute Jim Muir, alguns analistas relacionam os confrontos às ações do Conselho de Segurança da ONU para estabelecer um tribunal internacional para julgar os suspeitos do assassinato do ex-premiê Rafik Hariri, há dois anos.

A Síria, acusada de estar por trás do assassinato, é contra o tribunal, e algumas fontes do governo libanês acusam o governo sírio de tentar causar problemas para evitar sua instalação.





Fonte: BBC Brasil

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