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Internacional
Segunda - 21 de Maio de 2007 às 07:34

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O Líbano registrou um dos piores confrontos internos, neste domingo, desde o término da guerra civil no país há 17 anos.

Os combates entre soldados libaneses e militantes islâmicos deixaram um saldo de pelo menos 40 mortos.

O Exército libanês informou que "mais de 20" soldados e 20 militantes foram mortos.

Os soldados usaram tanques para bombardear posições militantes. Há relatos de civis mortos e feridos, além de muita destruição.

Em um outro incidente, uma explosão matou uma mulher perto de um shopping center na região cristã da capital libanesa, Beirute.

Os confrontos começaram em Trípoli e depois se espalharam para o campo de Nahr al-Bared, onde está baseado o grupo sunita Fatah al-Islam, que supostamente teria ligações com a rede Al-Qaeda e com a inteligência síria.

O governo libanês acusou o Fatah al-Islam de tentar desestabilizar o país, enquanto o grupo alegou que o Exército provocou a violência.

Roubo a banco

Os combates começaram após as forças de segurança libanesas terem realizado uma batida em um prédio em Trípoli à procura de suspeitos de um roubo a banco.

Após terem resistido à voz de prisão, militantes do Fatah al-Islam atacaram postos do Exército na entrada do campo de refugiados, onde vivem 30 mil palestinos.

Um acordo firmado há 38 anos impede que o Exército entre nos campos de refugiados do Líbano.

Horas mais tarde, um grande número de tropas libanesas contra-atacou.

O grupo militante disse que foi uma agressão não provocada.

"O problema começou com as prisões repetidas de nossos irmãos em Trípoli. Nós sempre defendemos os sunitas no Líbano", disse um porta-voz do grupo.

Horas após os confrontos, a Síria fechou temporariamente dois pontos da fronteira com o norte do Líbano alegando preocupações com a segurança.

Vigilância

O Líbano abriga mais de 350 mil refugiados palestinos que deixaram suas casas originais após a fundação de Israel, em 1948.

O campo de Nahr el-Bared estava sob vigilância desde as explosões de dois ônibus em uma área cristã de Beirute em fevereiro, pelas quais os militantes baseados no campo foram responsabilizados.

Segundo o correspondente da BBC em Beirute Jim Muir, alguns analistas relacionam os confrontos às ações do Conselho de Segurança da ONU para estabelecer um tribunal internacional para julgar os suspeitos do assassinato do ex-premiê Rafik Hariri, há dois anos.

A Síria, acusada de estar por trás do assassinato, é contra o tribunal, e algumas fontes do governo libanês acusam o governo sírio de tentar causar problemas para evitar sua instalação.





Fonte: BBC Brasil

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