Degradação humana é flagrante em Rondonópolis
Na maioria dos casos, são pessoas com um histórico de vida difícil: viciados em droga, que preferem ficar na rua, a serem vistos pela família em situação de degradação. Esta vontade representa uma exclusão social e, muitas vezes, um caso de Polícia.
A Secretaria de Ação Social, órgão ao qual está afeita a irregularidade, não tem um programa específico para encarar de frente o problema. Os responsáveis pelo órgão reconhecem que o problema existe, precisa ser resolvido, mas a partir de uma ampla discussão, fundamentada, e em parceria com todos os denominados “órgãos competentes”.
Segundo a gerente do Departamento de Proteção Social Básica, Paula de Ávila Assunção Castelli, a questão da mendicância é um problema amplo, que necessita do envolvimento de vários órgãos, inclusive, aqueles ligados à área da Saúde Pública. Para ela, ações isoladas realizadas – como a Operação Resgate, que a PM deflagrou para recolher moradores de rua, em vários bairros, e levá-los aos centros de atendimento - não resolvem o problema. “A mendicância ocorre em todo o mundo. Não podemos achar que simplesmente recolhendo-os e levando-os para algum lugar estarão a salvo do perigo e recuperados. Eles precisam de reintegração social, desintoxicação. Ficar em uma casa, sem tratamento, de nada adianta”, observou Paula Castelli.
Atualmente, a Secretaria conta com o Projeto Migrante, que doa passagens rodoviárias àquelas pessoas que vieram para Rondonópolis em busca de uma colocação no mercado de trabalho, mas não conseguiram e terminaram na mendicância, tendo as calçadas, ruas e becos, além de casas abandonadas como moradia. Segundo a assistente social Maryney de Arruda Freire, esse projeto já resolveu problemas desta natureza, mas, na maioria dos casos, não se tratam de mendigos, mas de famílias que vêm a procura de trabalho, e não encontram. “Distribuímos pelo menos dez passagens por semana por meio do projeto.
O gerente do Departamento de Planejamento e Finanças da Secretaria de Ação Social, Nilson Alves Rodrigues, disse que a Pasta trabalha dentro de suas possibilidades e tenta enquadrar a questão nos programas já existentes, mas há limitações. “Temos o Albergue, a Casa Esperança e o Projeto Migrante. Trabalhamos, atualmente, como os projetos que temos. Muitas vezes, essas pessoas não querem esse tipo de ajuda. Precisamos, por exemplo, de uma casa de recuperação de viciados, que não existe em Rondonópolis”, explicou.
A Secretaria de Ação Social, atualmente, aposta na questão da prevenção de crianças e adolescentes, com programas de recreação, qualificação e ensino. É um trabalho de prevenção.
“A prevenção é uma saída, porque estamos tentando evitar que as crianças de hoje cheguem à situação em que os mendigos se encontram hoje. Mas, não podemos nos iludir, pois a rua traz fascínio a algumas pessoas, e eles optam por esta vida”, afirma Paula Castelli, em relação à resistência da maioria dos moradores de rua.
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