Repórter News - reporternews.com.br
Grifes dizem que dólar já baixa preços
A desvalorização do dólar em relação ao real está se refletindo no bolso do consumidor, mesmo daqueles que não vão viajar para o exterior ou têm investimentos nessa moeda. A apreciação do real reduziu desde os preços de produtos populares até artigos de luxo, alterando os gastos de quem freqüenta a 25 de Março ou a Oscar Freire, tradicionais ruas comerciais de São Paulo direcionadas a públicos opostos.
Esber Hajli, que trouxe a Diesel para o Brasil, famosa por seus jeans premium, disse que os preços foram remarcados neste mês e estão entre 10% e 18% menores. Ele explica que há duas remessas grandes vindo da Itália por ano e uma delas acaba de chegar, já sob a égide do dólar abaixo de R$ 2.
Hajli avalia que a redução nos preços ainda não trouxe novos consumidores, mas os habituais estão aproveitando e já aumentaram em cerca de 50% as compras nos últimos 15 dias. Em São Paulo, a marca tem unidades na rua Oscar Freire e no shopping Iguatemi, onde as vendas por metro quadrado são as maiores entre todas as lojas do mundo.
Na americana Calvin Klein Underwear, os preços foram remarcados na semana passada e já estão 20% menores na comparação com o fim do ano passado, segundo Cassandra Francisco, gerente da marca no Brasil. "Cuecas que antes custavam R$ 79 já podem ser encontradas a R$ 59. Queremos mostrar que temos preços acessíveis e aumentar nossa base de clientes", afirmou.
Na Dior, a gerente de marketing no Brasil, Heloísa Caraballo, disse que os preços dos produtos da marca francesa estão ficando competitivos ao longo dos anos. Ela conta que uma bolsa de couro que antes custava R$ 5.000 agora está sendo vendida a R$ 3.500. "Um similar nacional fica em torno de R$ 2.700", comparou.
Assim como os artigos de luxo, os populares também estão com preço menor por causa do câmbio. Gustavo Dedivitis, da Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares, cita, por exemplo, os porta-retratos, que passaram de R$ 21 para R$ 7, e os relógios de parede, que estão 20% mais baratos. Os importados representam entre 30% e 40% das vendas de produtos populares, mas o dólar começa a preocupar.
"Já começam a surgir dificuldades. Se o dólar continuar tão baixo, tenho receio das restrições porque isso vai gerar um sentimento de nacionalismo e o governo vai tentar proteger o produto nacional", afirmou. Isso já aconteceu nos setores de roupas e calçados, com aumento do imposto de importação.
Um dos locais abastecidos pela associação, com produtos importados legalmente, faz questão de frisar Dedivitis, é a região da 25 de Março. Mas Miguel Giorgi Júnior, presidente da Univinco, que representa os lojistas da área, disse que a redução no valor para o consumidor não depende só do dólar. "Se é uma mercadoria de muita concorrência, baixam o preço. Se não, às vezes aumentam a margem de lucro."
Segundo o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas, o segmento de eletroeletrônicos é um dos mais sensíveis ao câmbio. O aparelho de DVD, por exemplo, teve quedas sucessivas nos preços desde 2004, com a mais alta registrada em 2006 (-28,9%).
As bebidas alcoólicas importadas também tiveram queda no ano passado (-4,7%), segundo a FGV, mas acumulam alta neste ano, de 3,2%. Tibor Sotkovszki, diretor da Expand, maior importadora de vinhos da América do Sul, explica que os mais caros são europeus e, nesse caso, não houve alteração nos preços. Mas há exemplares dos vizinhos hispânicos, cotados em dólar, que tiveram redução. É o caso do tinto argentino Norton Linea Blanca, que passou de R$ 23 para R$ 19,80.
Na indústria automobilística, houve aumento de 234% no número de automóveis importados no primeiro quadrimestre com relação a 2006, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos). Encontrar redução nos preços para o consumidor, no entanto, não é tarefa fácil. Uma exceção entre os modelos pesquisados pela reportagem foi o Passat com motor 2.0, de 150 cavalos, que caiu de R$ 124,7 mil para R$ 113 mil na Zambora, concessionária autorizada da Volkswagen em São Paulo.
Esber Hajli, que trouxe a Diesel para o Brasil, famosa por seus jeans premium, disse que os preços foram remarcados neste mês e estão entre 10% e 18% menores. Ele explica que há duas remessas grandes vindo da Itália por ano e uma delas acaba de chegar, já sob a égide do dólar abaixo de R$ 2.
Hajli avalia que a redução nos preços ainda não trouxe novos consumidores, mas os habituais estão aproveitando e já aumentaram em cerca de 50% as compras nos últimos 15 dias. Em São Paulo, a marca tem unidades na rua Oscar Freire e no shopping Iguatemi, onde as vendas por metro quadrado são as maiores entre todas as lojas do mundo.
Na americana Calvin Klein Underwear, os preços foram remarcados na semana passada e já estão 20% menores na comparação com o fim do ano passado, segundo Cassandra Francisco, gerente da marca no Brasil. "Cuecas que antes custavam R$ 79 já podem ser encontradas a R$ 59. Queremos mostrar que temos preços acessíveis e aumentar nossa base de clientes", afirmou.
Na Dior, a gerente de marketing no Brasil, Heloísa Caraballo, disse que os preços dos produtos da marca francesa estão ficando competitivos ao longo dos anos. Ela conta que uma bolsa de couro que antes custava R$ 5.000 agora está sendo vendida a R$ 3.500. "Um similar nacional fica em torno de R$ 2.700", comparou.
Assim como os artigos de luxo, os populares também estão com preço menor por causa do câmbio. Gustavo Dedivitis, da Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares, cita, por exemplo, os porta-retratos, que passaram de R$ 21 para R$ 7, e os relógios de parede, que estão 20% mais baratos. Os importados representam entre 30% e 40% das vendas de produtos populares, mas o dólar começa a preocupar.
"Já começam a surgir dificuldades. Se o dólar continuar tão baixo, tenho receio das restrições porque isso vai gerar um sentimento de nacionalismo e o governo vai tentar proteger o produto nacional", afirmou. Isso já aconteceu nos setores de roupas e calçados, com aumento do imposto de importação.
Um dos locais abastecidos pela associação, com produtos importados legalmente, faz questão de frisar Dedivitis, é a região da 25 de Março. Mas Miguel Giorgi Júnior, presidente da Univinco, que representa os lojistas da área, disse que a redução no valor para o consumidor não depende só do dólar. "Se é uma mercadoria de muita concorrência, baixam o preço. Se não, às vezes aumentam a margem de lucro."
Segundo o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas, o segmento de eletroeletrônicos é um dos mais sensíveis ao câmbio. O aparelho de DVD, por exemplo, teve quedas sucessivas nos preços desde 2004, com a mais alta registrada em 2006 (-28,9%).
As bebidas alcoólicas importadas também tiveram queda no ano passado (-4,7%), segundo a FGV, mas acumulam alta neste ano, de 3,2%. Tibor Sotkovszki, diretor da Expand, maior importadora de vinhos da América do Sul, explica que os mais caros são europeus e, nesse caso, não houve alteração nos preços. Mas há exemplares dos vizinhos hispânicos, cotados em dólar, que tiveram redução. É o caso do tinto argentino Norton Linea Blanca, que passou de R$ 23 para R$ 19,80.
Na indústria automobilística, houve aumento de 234% no número de automóveis importados no primeiro quadrimestre com relação a 2006, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos). Encontrar redução nos preços para o consumidor, no entanto, não é tarefa fácil. Uma exceção entre os modelos pesquisados pela reportagem foi o Passat com motor 2.0, de 150 cavalos, que caiu de R$ 124,7 mil para R$ 113 mil na Zambora, concessionária autorizada da Volkswagen em São Paulo.
Fonte:
Folha De S.Paulo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/226391/visualizar/
Comentários