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Internacional
Sábado - 19 de Maio de 2007 às 13:59

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Nos últimos dias, o biquíni se transformou em um símbolo do secularismo turco. Uma empresa fabricante de trajes de banho pediu permissão às autoridades municipais de Istambul para colocar anúncios de seu logotipo ao lado de pepinos e berinjelas em outdoors pela cidade.

A companhia diz que faz isso por protesto contra o que chama de “absurdo” – que em um estado estritamente secular como a Turquia, se queiram proibir os anúncios de biquínis por serem considerados provocantes demais.

O escândalo começou quando uma empresa afirmou ter sido ordenada pela prefeitura a tirar de suas vitrines uma série de imagens de modelos em biquínis.

O motivo alegado: que todos os anúncios devem se ajustar ao decoro e têm de ser aprovados previamente pelas autoridades municipais.

“Islamização disfarçada”

As companhias de publicidade dizem que, há alguns anos, as autoridades pertencentes ao partido governante AK se negam a aprovar a inclusão de biquínis e de roupas de baixo em suas campanhas, e que já nem tentam mais pedir permissão.

No entanto, parece que ultimamente as autoridades estão se esforçando mais para aplicar suas regras morais.

Como resultado, muitos críticos acusam o AK de tentar impôr uma islamização disfarçada e de querer converter gradualmente a Turquia em um país mais conservador, o que o partido nega.

O prefeito de Istambul diz que os anúncios de trajes de banho não estão proibidos e que as regras municipais têm razões somente estéticas.

Seu partido acredita que a guerra dos biquínis é uma tentativa mais de desacreditar a agremiação antes das eleições previstas para julho.

Mas, consciente das possíveis repercussões do caso, prometeu investigar as alegações.

O partido AK também controla o governo central do país e foi alvo de protestos populares recentes, durante o processo de escolha do novo presidente. O secularismo da Turquia é uma das pedras fundamentais da fundação do Estado turco moderno e está expresso em sua Constituição.





Fonte: BBC Brasil

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