Propaganda de biquíni é alvo de disputas na Turquia
A companhia diz que faz isso por protesto contra o que chama de “absurdo” – que em um estado estritamente secular como a Turquia, se queiram proibir os anúncios de biquínis por serem considerados provocantes demais.
O escândalo começou quando uma empresa afirmou ter sido ordenada pela prefeitura a tirar de suas vitrines uma série de imagens de modelos em biquínis.
O motivo alegado: que todos os anúncios devem se ajustar ao decoro e têm de ser aprovados previamente pelas autoridades municipais.
“Islamização disfarçada”
As companhias de publicidade dizem que, há alguns anos, as autoridades pertencentes ao partido governante AK se negam a aprovar a inclusão de biquínis e de roupas de baixo em suas campanhas, e que já nem tentam mais pedir permissão.
No entanto, parece que ultimamente as autoridades estão se esforçando mais para aplicar suas regras morais.
Como resultado, muitos críticos acusam o AK de tentar impôr uma islamização disfarçada e de querer converter gradualmente a Turquia em um país mais conservador, o que o partido nega.
O prefeito de Istambul diz que os anúncios de trajes de banho não estão proibidos e que as regras municipais têm razões somente estéticas.
Seu partido acredita que a guerra dos biquínis é uma tentativa mais de desacreditar a agremiação antes das eleições previstas para julho.
Mas, consciente das possíveis repercussões do caso, prometeu investigar as alegações.
O partido AK também controla o governo central do país e foi alvo de protestos populares recentes, durante o processo de escolha do novo presidente. O secularismo da Turquia é uma das pedras fundamentais da fundação do Estado turco moderno e está expresso em sua Constituição.
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