Advogados procuram PF para visitar presos pela Operação Navalha
"A Polícia Federal está adotando métodos da ditadura. Não posso compreender que a PF tenha um comportamento dessa ordem", criticou Maurício Vasconcelos, advogado do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano. Segundo ele, desde que seu cliente foi preso, só esteve com ele duas vez. A primeira, "por cinco minutos", e hoje.
"Ele está muito abalado. Já perdeu dez quilos. E faz um desafio para que comprovem se houve algum contrato durante sua gestão com a Gautama. Ele, quando assumiu, cancelou o único contrato que tinha da gestão anterior", disse.
O advogado ingressou com pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) que está sob análise do ministro Gilmar Mendes. Três pessoas supostamente envolvidas com a máfia das licitações conseguiram a liberação. Uma deles, nem chegou a ser presa.
No despacho da ministra Eliana Calmon, do STJ, o prefeito é acusado de ter sido corrompido pela quadrilha e recebido convites para o camarote no carnaval de Salvador, além de passeios de lancha e passagens aéreas. Ele teria assinado convênio que beneficiou a empreiteira Gautama,peça chave no esquema e responsável pelo pagamento de propina.
Marcelo Segura, advogado do prefeito de Sinop (MT), Nilson Leitão, também esteve na Superintendência e deixou o local sem conversar com seu cliente. Ele afirmou que só vai orientar seu cliente a se manifestar no interrogatório --os presos começam a ser ouvidos na segunda-feira-- se tiver acesso a todas as transcrições das escutas telefônicas feitas pela PF com autorização da Justiça. O prefeito teria recebido propina no valor de R$ 200 mil da Gautama.
O advogado do ex-secretário do prefeito de Sinop,Jair Pessine, disse que seu cliente não era mais secretário de Desenvolvimento Urbano do município de Sinop quando teriam ocorrido as irregularidades apontadas pela PF. "Ele está liberado para dizer a verdade", afirmou o advogado Claudio Alves Pereira. Ele é acusado de ter intermediado o pagamento de propina da Gautama para o prefeito.
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