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Nacional
Sexta - 18 de Maio de 2007 às 20:39

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SÃO PAULO - O comando da Polícia Militar decidiu enquadrar, ameaçando de prisão, o líder do movimento que luta pela incorporação ao soldo das gratificações pagas aos policiais. Trata-se do coronel Hermes Bittencourt Cruz, que anunciara na quinta-feira, 17, que as associações ligadas ao movimento deram um prazo até o dia 30 para que o governo se manifestasse sobre as reivindicações da classe, caso contrário haverá greve no dia 5.

Além disso, ele divulgara a criação de um curso para mulheres de policiais para as instruir sobre como fechar avenidas, fazer acampamentos e reconhecer ações do serviço de inteligência. “Em nome da família militar, nós enfrentaremos qualquer situação”, disse o coronel ao sair do quartel do Comando Geral, para onde foi convocado pela manhã.

Esperavam-no o subcomandante da PM, coronel José Roberto Marques, e o coronel Arivaldo Sérgio Salgado, chefe-de-gabinete do comandante. Cruz, que chefia a Associação de Oficiais da Reserva da PM, foi lembrado de que o fato de estar na reserva não o isentava de sanções disciplinares. Ou seja, em caso de indisciplina, o coronel pode ser preso.

“Ele (Cruz) almoçou com a gente. Houve um alerta. Lembramos qual o papel das entidades e qual o do comando. Ele não pode falar de greve, pois a tropa é impedida de fazer isso. Não pode virar baderna”, afirmou o subcomandante. Segundo ele, a tropa está tranqüila e confiante no empenho do comando em resolver o problema.

O movimento dos policiais quer a incorporação ao soldo de gratificações que vão de R$ 226 a R$ 936. Com isso, pensionistas e aposentados passariam a ganhar como os da ativa e, além disso, os policiais não perderiam esses rendimentos na aposentadoria. O governo pediu 30 dias de prazo para responder.

A maior entidade da PM, a Associação de Cabos e Soldados (30 mil membros), concordou. Mas o grupo de Cruz quer uma resposta até o dia 30. “Vamos respeitar o prazo e agir na legalidade”, disse Cruz. Ele aguarda a resposta do governo para iniciar o curso às mulheres dos PMs. O comando preocupa-se com aspectos do curso que seriam subversivos. “Lógico que nos preocupa, pois se tiver esse tipo de manifestação nós estaremos contra nós mesmos”, disse Marques.

Baixada Santista

A greve pretendida pelo Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil não parou as delegacias da Baixada Santista. “Houve só uma manifestação”, disse o chefe da Polícia Civil na Baixada, Waldomiro Bueno Filho. No entanto,

No entanto, o presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo na Região de Santos (SINPOLSAN), Décio Couto Clemente, afirmou que a maioria dos policiais civis da região aderiu à greve. "Eles estão saindo das delegacias e dizem que estão de ronda para não serem punidos. Mas todos estão cientes e concordam com a paralisação", afirmou o sindicalista.

A reportagem entrou em contato com 13 distritos policiais da região e em todos eles os policiais informaram que estavam trabalhando normalmente, e que nenhum funcionário havia aderido à paralisação. No 4o Distrito Policial de Santos, um policial se dispôs a fazer Boletim de Ocorrência de um caso simples, como furto de celular, contrariando a informação do presidente do sindicato.





Fonte: EStadão

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