Conflitos deixam 67 mortos em 1 semana na Palestina
O som de tiros e de explosões ecoa pela Faixa de Gaza, enquanto homens mascarados posicionam-se nas estradas e telhados, desafiando mediadores que trabalham furiosamente para levar os dois lados a recolher suas armas. Contra este pano de fundo de violência palestina que ameaça desembocar numa guerra civil, ataques aéreos de Israel acrescentam um novo elemento de violência e incerteza.
O Exército israelense diz que cerca de 90 foguetes de fabricação caseira atingiram o sul do país desde quarta-feira. Pelo menos 13 foram disparados hojr, dois dos quais deixaram quatro feridos. Além disso, os seis dias de combate entre o Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, e o Hamas já causaram 47 mortes e deixaram em ruínas o acordo entre as duas facções para a partilha do poder. Mais 20 palestinos morreram nos ataques aéreos israelenses. Israel lançou mais seis bombardeios só hoje.
Os combates entre as facções palestinas parecem mostrar que nem o Hamas e nem o Fatah controla seus milicianos. Furiosas com o acordo de partilha de poder que já dura dois meses e ansiosas por um tudo ou nada, as alas armadas dos dois grupos - e não a liderança política - estão decidindo o que acontece nas ruas de Gaza. Em sinal de crescente fraqueza, o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, membro do Hamas, e o presidente Mahmoud Abbas, do Fatah, não foram capazes de fazer um cessar-fogo funcionar, a despeito de repetidas tentativas.
Na raiz dos combates, está o fracasso da coalizão Hamas-Fatah em definir a questão de quem controla as forças policiais e de segurança. O governo também não foi capaz de acabar com o isolamento internacional dos palestinos, provocado pelo histórico do Hamas como organização terrorista e sua recusa em reconhecer o Estado de Israel.
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