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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 18 de Maio de 2007 às 07:33

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, é um dos nomes estudados para a sucessão de Paul Wolfowitz no comando do Banco Mundial, segundo Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001 e ex-vice-presidente do órgão.

"É uma das pessoas que estão sendo claramente sugeridas", disse Stiglitz à "Rádio 5" da rede britânica ""BBC"".

O Conselho Executivo do banco aceitou na quinta-feira (17) a renúncia de Wolfowitz, que deixará o cargo no dia 30 de junho. A renúncia de Wolfowitz encerrou um longo escândalo causado pelo aumento de salário da sua namorada, Shaha Riza.

Saiba quem é Shaha Riza

O Prêmio Nobel de Economia reconheceu que, na atual conjuntura, "seria bom para a instituição" contar com um economista com experiência real em desenvolvimento para "unir a instituição".

Apesar disso, Stiglitz não descarta Blair, que em 27 de junho apresentará sua renúncia como primeiro-ministro. "Blair claramente é um líder político que apresenta o tipo de contatos necessários e seria útil como presidente da instituição", acrescentou.

Escândalo

Wolfowitz foi acusado de ferir as normas de ética da instituição ao arranjar um trabalho que pagava US$ 193 mil por ano à sua namorada, Shaha Riza. Apesar de ela ter sido transferida para o Departamento de Estado Americano, seus vencimentos continuaram a ser pagos pelo Banco Mundial.

No governo americano, Shaha Riza recebia um salário maior que o de se sua superior hierárquica, a secretária Condoleezza Rice. O presidente do Banco Mundial havia confessado participação na negociação da transferência da namorada para o governo dos EUA, dando a ela um reajuste de US$ 60 mil por ano.

A Casa Branca lamentou a renúncia de Paul Wolfowitz à presidência do Banco Mundial e afirmou que "teria preferido que (Wolfowitz) permanecesse no cargo". Em comunicado, no entanto, afirmou que designará logo um candidato para sua sucessão.

Na quarta-feira, a Casa Branca havia prometido a ministros do Canadá, do Japão e de países europeus que Paul Wolfowitz deixaria o Banco Mundial. Apesar disso, o governo Bush manteve oficialmente o apoio à sua permanência. Wolfowitz, que foi o "número dois" do Pentágono, além de um dos cérebros por trás da Guerra do Iraque, havia sido indicado para o cargo em 2005 pelo presidente americano, George W. Bush.

O Banco Mundial é primo irmão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e as duas instituições foram criadas em 1944, em Bretton Woods (EUA), com a finalidade de estabilizar o sistema financeiro internacional e evitar uma nova crise econômica mundial, como em 1929.

Em virtude de uma regra não escrita vigente desde que os dois organismos foram criados, os países da Europa escolhem o diretor-gerente do FMI, geralmente um europeu, e os Estados Unidos nomeiam o presidente do Banco Mundial, sempre um americano. A indicação de Blair quebraria essa regra, embora ele seja próximo do presidente dos EUA por ter apoiado a ocupação do Iraque.

Os Estados Unidos são o principal acionista da instituição e, segundo a Casa Branca, "um generoso contribuinte". Atualmente, Washington tem 16,38% dos direitos de voto no banco, à frente de Japão (7,86%), Alemanha (4,49%), França e Grã-Bretanha (4,30%).





Fonte: G1 com Agências

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