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Internacional
Sexta - 18 de Maio de 2007 às 06:00

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O mundo está perdendo a última oportunidade de conseguir a paz no Oriente Médio e corre o risco de levar o conflito palestino-israelense a continuar indefinidamente, alertou o rei da Jordânia, Abdullah II.

Em declarações ao jornal britânico "The Times", o rei jordaniano admitiu que a criação de um Estado palestino viável, para encerrar um conflito de 60 anos, é a cada dia menos provável.

Ele apontou como obstáculos a contínua construção por Israel de assentamentos judaicos e do muro de segurança na Cisjordânia. Assim, um futuro Estado palestino pareceria um queijo suíço, com um território cheio de buracos, observou.

"O tempo que temos é limitado fisicamente. Poderemos perder a oportunidade de criar um futuro Estado palestino. Daí a urgência. A situação está muito distante do ideal. Mas estamos contra a parede, e o tempo está acabando", analisou.

Abdala mostrou a sua preocupação com a violência em Gaza entre os diferentes grupos palestinos. "É algo que inquieta profundamente a todos nós. Espero que aqueles com a cabeça mais fria se imponham", disse.

"Árabes e muçulmanos compreendem que esta é a nossa última chance. Acho que israelenses e palestinos também começam a compreender. Os dois lados precisam falar com seus irmãos e dar um passo atrás, porque, se continuarem assim, perderemos a oportunidade".

Parte do problema, diz o jornal, é a falta de líderes internacionais. A França e o Reino Unido têm novos dirigentes com pouca experiência. Além disso, o Governo americano está enfraquecido e sua maior atenção se dirige à Guerra do Iraque.

Segundo Abdullah II, a única esperança no horizonte está em Berlim. "A visão da chanceler federal alemã Angela Merkel sobre o Oriente Médio me surpreendeu positivamente", disse.

O problema do Iraque é outra fonte de preocupação para o rei. Ele advertiu que, se o país cair numa guerra civil, o conflito deverá se estender além das suas fronteiras.

"Se aumentar o êxodo de iraquianos rumo à Jordânia, o dano será enorme", previu.

Além disso, afirmou, os Estados Unidos e seus aliados devem evitar a tentação de atacar o Irã.

"O que menos precisamos agora é enfrentar outra crise. Um ataque ao Irã seria desastroso. Não se pode tratar o problema iraniano de modo isolado. Tudo está inter-relacionado. Atacando o Irã, haverá um efeito dominó sobre o Iraque, Síria, Líbano e outros países", avisou.

Abdullah confirmou seus planos de construção de uma usina nuclear na Jordânia, mas prometeu se afastar de atividades relacionadas com o enriquecimento do urânio, que podem ter uso militar.

"A Jordânia dará o exemplo de como atuar nestes casos, com transparência. Somos um país pequeno e buscamos os sistemas mais limpos e eficientes. Eu mesmo fui militar, e tenho fobia a tudo o que seja nuclear", explicou.




Fonte: EFE

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