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Internacional
Sexta - 18 de Maio de 2007 às 04:37

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Pedir conselho aos mestres do feng shui para galgar posições políticas tornou-se uma prática comum entre os quadros comunistas na China, no período atual de renovação quadrienal dos governos locais, informou nesta sexta a imprensa chinesa.

Muitos dirigentes do partido pagam até US$ 75 mil por ano a mestres do feng shui, que dizem como localizar os móveis e onde pôr amuletos para afugentar as más influências, informa a revista "Southern Weekend".

O feng shui é uma forma de sabedoria popular chinesa que diz como devem ser dispostos os objetos e a luz em casas e jardins. Mas os conselhos vão às vezes muito além disso.

Entre os casos revelados pela revista está o de um funcionário da província de Zhejiang, no leste do país. Ele não hesitou em transferir os túmulos de seus parentes até o monte Tian Shan, na província de Xinjiang, no noroeste, a milhares de quilômetros do local onde estavam.

O ex-diretor do Departamento Fiscal da província de Hebei pagou US$ 600 a um mestre que simplesmente "previu" que ele acabaria se tornando governador em cinco anos.

Já o secretário do partido da cidade de Taian, na província de Shandong, no leste do país, mandou mudar o traçado de uma estrada em construção, para que ela passasse sobre um reservatório. O motivo: um mestre disse que ele podia vir a ser vice-primeiro-ministro, mas para isso precisava de uma ponte.

Alguns dos políticos foram depois condenados por corrupção, diz a revista.

O prestígio do feng shui não agrada ao governo chinês, que nos últimos anos vem tentando combater os adivinhos, porque difundem a superstição e atacam o espírito científico.

Segundo Wang Chanjiang, da Escola Central do Partido Comunista, o fenômeno se deve ao momento de transição no país.

"A teoria revolucionária não pode explicar os novos problemas surgidos durante a reforma e abertura econômicas, e as novas teorias ainda não se estabeleceram. Daí se popularizam as superstições", disse.





Fonte: EFE

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