Transportes suspende pagamentos para empresa acusada de liderar fraude

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, decidiu suspender os pagamentos do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) à empresa Gautama, investigada pela Polícia Federal. O dono e vários funcionários da Gautama --com sede em Salvador (BA)-- foram presos nesta quinta durante a Operação Navalha, que desarticulou uma quadrilha especializada em fraudas licitações para realizações de obras --inclusive as do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Luz para Todos.

Ao tomar conhecimento de que o Dnit teria sido citado nas investigações da PF, Nascimento solicitou um levantamento sobre o relacionamento do órgão com a empresa e identificou dois contratos.

A Gautama foi contratada pelo Dnit em 2000 para a realização de obras na BR-242, concluídas em 2004, e na BR-319, cujo contrato ainda está em curso.

O ministro não soube informar os valores dos contratos, mas disse que tomou a "precaução" de suspender qualquer pagamento.

Ele destacou, no entanto, que não foi mencionado até agora o envolvimento de funcionários do órgão no caso.

As investigações da Polícia Federal, iniciadas em novembro de 2006, apontam desvios de recursos no Dnit e nos ministérios de Minas e Energia, Integração Nacional, Cidades, Planejamento, além de fraudes nos Estados de Alagoas, Maranhão, Sergipe, Piauí, no Distrito Federal e nos municípios de Camaçari (BA) e Sinop (MT).

A diretoria do Dnit deverá apresentar ao ministro explicações sobre o caso no prazo de 72 horas.

A empresa

Segundo a PF, a empresa Gautama operava a organização criminosa infiltrada no governo federal e em governos estaduais e municipais.

O objetivo da quadrilha era obter de forma fraudulenta lucros através da execução de obras públicas.

Entre os presos estão o dono da Gautama, Zuleido Soares Veras, seu filho, Rodolpho de Albuquerque Soares de Veras, e vários funcionários da empresa.