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Internacional
Quinta - 17 de Maio de 2007 às 20:03

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O presidente do Banco Mundial (Bird), Paul Wolfowitz, vai apresentar sua demissão em 30 de junho, conforme acordo assinado com o Conselho de Administração, informou o órgão nesta quinta-feira.

"Anuncio hoje que renunciarei ao cargo de presidente do Banco Mundial efetivamente ao final do ano fiscal (30 de junho de 2007)", disse Wolfowitz no documento.

"Os administradores adotarão oficialmente a decisão de Wolfowitz de renunciar à presidência do grupo Banco Mundial, a partir do fim do ano fiscal (30 de junho de 2007)", completou.

Os administradores aceitaram a garantia dada por Wolfowitz, acusado de nepotismo, de que agiu "com ética e de boa-fé" autorizando pessoalmente a promoção de sua namorada, Shaha Riza, também funcionária da instituição financeira.

Os 24 membros do Conselho de Administração do Bird se reuniram nesta quinta, pelo terceiro dia consecutivo, para encontrar uma saída para o escândalo, no qual este aliado do presidente dos EUA, George W. Bush, era acusado de nepotismo por ter favorecido sua namorada.

Os países europeus apoiaram a saída deste que já foi subsecretário da Defesa americana e poderoso teórico da atual política externa americana. A Casa Branca manteve seu apoio, por sua vez, mesmo tendo delimitado uma certa distância nestes momentos finais.

A Casa Branca lamentou a renúncia de Wolfowitz, afirmando que "teria preferido que ele permanecesse no cargo". De qualquer maneira, anunciou em nota que designará em breve um candidato para sua sucessão. "Como o presidente (Bush) já disse hoje, lamentamos esta conclusão", indicou a presidência americana.

"Paul Wolfowitz é um homem honesto, apaixonadamente apegado à causa dos pobres no mundo inteiro. Teríamos preferido que ele continuasse no Banco, mas o presidente (Bush) aceita com reticência esta decisão. O Banco Mundial é uma instituição importante para tirar as pessoas da pobreza e somos doadores muito generosos. O presidente (Bush) anunciará em breve um candidato para uma transição ordenada que permita ao Banco Mundial se concentrar novamente em sua missão", acrescentou a nota.

Um novo pedido pela cabeça de Wolfowitz surgiu hoje de Bled, capital da Eslovênia, na abertura de uma conferência anual sobre economia e desenvolvimento. Wolfowitz, que faria o principal discurso da noite, cancelou sua participação.

Para o ministro esloveno das Finanças, Andrej Bajuk, em conversa com a imprensa "este escândalo já está levando muito tempo, o que está prejudicando a credibilidade da instituição". Segundo ele, citado pela agência de notícias STA, "seria melhor que o cavalheiro se retirasse".

Um demolidor relatório divulgado por um painel investigador interno nesta semana concluiu que Wolfowitz violou as regras do banco ao acertar um generoso aumento salarial e ascensão para Riza, pouco depois de assumir a presidência do banco, em junho de 2005. O informe acrescenta que o banco lhe deu instruções pouco claras sobre como resolver o assunto.

Wolfowitz, de 63 anos e que dirigiu o banco por quase dois, pediu na terça-feira aos diretores que o deixassem no cargo.

"Disse que não tenho culpa no tema", declarou Wolfowitz sobre o escândalo envolvendo Riza, que passou a ganhar um salário de 200.000 dólares anuais, ao ser transferida para o Departamento de Estado, apesar de ainda estar na folha de pagamento do Banco Mundial.

"Imploro a cada um de vocês que seja justo tomando sua decisão, porque ela afetará não apenas a minha vida, ela afetará também a maneira como a instituição é considerada nos Estados Unidos e no mundo", declarou Wolfowitz à junta reunida para discutir as acusações contra ele.




Fonte: AFP

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