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Nacional
Quinta - 17 de Maio de 2007 às 18:34

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Em depoimento na CPI do Apagão, o presidente da comissão da Aeronáutica que investiga o acidente com o Boeing da Gol, coronel Rufino Ferreira, reiterou nesta quinta-feira que houve falhas no procedimento dos controladores de vôo e dos pilotos do jato Legacy que colidiu com a aeronave - principalmente nos procedimentos relativos à checagem do plano de vôo e à falta de comunicação entre o jatinho e os controladores no período que precedeu o acidente.

O depoimento do coronel não agradou ao presidente da CPI, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). Castro disse que Rufino foi "claudicante" (vacilante) nas respostas e que não atendeu às expectativas dos parlamentares. Castro disse ainda que o delegado da Polícia Federal Renato Sayão, que depôs na CPI na terça-feira passada, estava mais seguro do que o militar. Para o presidente, o coronel está há oito meses à frente das investigações e deveria dominar o assunto.

Marcelo Castro alertou ao chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kerson Filho, que também depõe nesta quinta, que, se ele não puder responder aos questionamentos dos deputados em reunião pública, a CPI fará uma reunião secreta para viabilizar o depoimento. "Temos que atender às cobranças da sociedade", disse Marcelo Castro.

Rufino disse, ainda, que o relatório que vem preparando não tratará de punições aos controladores, mas apenas de sugestões de prevenção para que a tragédia não se repita. O militar disse que ainda está na fase de coleta de dados e que não tem prazo para terminar o trabalho. No fim de maio, o acidente da Gol completará oito meses. "Não é possível antecipar esses trabalhos. Seria irresponsabilidade tentar apressá-los", afirmou.

Ferreira esclareceu que só um inquérito policial militar (IPM) poderia punir os controladores. Segundo ele, o procedimento não foi instalado e nem tem previsão para começar. A Aeronáutica não tomou a medida porque a investigação da Polícia Federal não estaria apontando responsabilidade dos operadores aéreos. Só agora, uma vez que o inquérito da PF já foi para a Procuradoria-Geral Militar, a Aeronáutica pode decidir pelo IPM.

O coronel afirmou que limites legais o impediram de ouvir as versões dos controladores, que se negaram a falar ao saber que não se tratava de inquérito. No entanto, o militar explicou que enviou em dezembro uma série de sugestões e recomendações para melhorar a formação dos controladores. Ele propôs um reforço nas aulas dos operadores, para rever procedimentos que falharam no acidente, como leitura do plano de vôo e diálogos em inglês.

Nesta quinta-feira, o Senado instalou a sua CPI do Apagão, também com objetivo de investigar a crise no setor aéreo.

Deputado propõe que controladores estudem inglês

Nesta quarta-feira, o Comando da Aeronáutica divulgou a transcrição dos contatos do piloto do avião do Papa Bento XVI com o Cindacta de Recife, confirmando que não houve falha nos equipamentos, mas na comunicação entre o piloto e o controlador de vôo. Tudo indica que o controlador não entendia o que o piloto falava em inglês. O episódio provocou um bate-boca na CPI entre governo e oposição e o deputado Vic Pires Franco (DEM-PA) chegou a sugerir que a Aeronáutica ofereça curso de inglês para os controladores .

Em uma tentativa de ganhar o apoio da sociedade, a CPI vai criar uma "ouvidoria cidadã" , uma proposta para que qualquer pessoa possa enviar sugestões de como resolver a crise aérea. A CPI vai disponibilizará um espaço no site da Câmara. ( O que você recomendaria?)

Em setembro do ano passado, o Boeing da Gol colidiu com o Jato Legacy, matando 154 pessoas, no norte do Mato Grosso. A PF indicou os pilotos do jatinho, os americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore, como os responsáveis pela tragédia.





Fonte: Globo Online

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