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Economia
Quinta - 17 de Maio de 2007 às 18:27

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Conforme avança a safra de cana no centro-sul, usinas do noroeste do Estado de São Paulo estão constatando uma produtividade agrícola menor que o projetado, declarou na quinta-feira a Biocana, associação de empresas da região.

O tempo seco desde março é apontado como a razão para a queda na produtividade agrícola, que deve comprometer o crescimento de 16 por cento esperado para a safra desta região. Na safra passada, a área de abrangência da Biocana colheu 33,5 milhões de toneladas.

"A safra será maior (que a anterior) mas não o tanto que a gente esperava (39 milhões de toneladas)", disse Luciano Sanches Fernandes, presidente da Biocana, que tem entre seus associados a Açúcar Guarani, do grupo francês Tereos, e a usina Tamoio, da Cosan.

A produtividade agrícola dos canaviais do centro-sul foi recorde em 2006/07, possibilitada por condições climáticas consideradas excelentes. São Paulo responde por mais de 60 por cento da safra do país e tem as maiores produtividades.

Fernandes explicou que a estimativa de repetir na região a produtividade agrícola de 2006 havia sido feita com base em dados colhidos em março deste ano, quando as condições climáticas ainda estavam bastante favoráveis.

A maioria das 18 usinas associadas começou a safra em abril —uma unidade ainda não deu início na moagem por falta de equipamentos e outra, inaugurada em 2006, ainda está sofrendo ajustes.

Fernandes é também presidente da Usina Cerradinho, que moeu 4,6 milhões de toneladas de cana em duas unidades na temporada 2006/07 e previa 5,7 milhões de toneladas para a atual. Na empresa, a produtividade agrícola está 7 por cento inferior.

A intenção, diz ele, era repetir uma média de 99 toneladas por hectare, mas com 12 por cento da safra já moída, a média obtida até agora foi de aproximadamente 93 toneladas.

Uma outra usina associada da Biocana, que já processou 20 por cento da safra, observou uma produtividade 10 por cento abaixo da prevista.

"Acho difícil recuperar (essa diferença) porque estamos entrando num período que é normalmente seco agora... A previsão é que este ano seja seco, então isso tende a se acentuar e não minimizar", afirmou ele.

Fernandes disse ainda que a região, que por tradição é bastante açucareira, também está enxergando mudanças no perfil da safra. Com os preços internacionais do açúcar no menor patamar em dois anos, as usinas devem direcionar um pouco mais de cana para o álcool.

A previsão inicial era produzir 1,27 bilhão de litros de álcool, 17 por cento a mais que em 2006/07, e 3,18 milhões de toneladas de açúcar, com aumento de 20 por cento. Mas o percentual de crescimento do álcool deve subir, em detrimento do açúcar.

Estimativa preliminar da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) aponta para uma safra recorde este ano em todo o centro-sul, de 420 milhões de toneladas, 13 por cento maior que a anterior.





Fonte: Reuters

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