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Sem grandes estádios, cariocas se rendem ao vôlei no Maracanãzinho
Com os dois principais estádios de futebol da cidade fechados e um campeonato estadual com pouca emoção e atrativos, o Rio de Janeiro voltou a ter, neste domingo, um grande público em um evento esportivo. O cenário foi o Maracanãzinho e o esporte, o vôlei. O ginásio, onde a geração de prata da Olimpíada de 1984 fez jogos históricos, ficou novamente lotado para a final da Superliga Masculina de vôlei. As cerca de 12 mil pessoas presenciaram um time carioca voltar a vencer o principal torneio de vôlei masculino do país depois de 32 anos – o RJX bateu o Sada/Cruzeiro por 3 a 1 sets (15/25, 25/18, 25/18, 25/14).
A final da Superliga, no entanto, é mais do que um simples jogo de vôlei. Para quem não quer saber só da competição, é um programa que pode até mesmo divertir. Depende do gosto de cada um. Música, animação, preferência pelo esporte e um time com muitos ídolos são os principais atrativos para o público, que, em geral, costuma frequentar os jogos do RJX.
“Vim a diversos jogos da Superliga. É bastante tranquilo, é divertido, um bom programa para trazer crianças. E gosto mesmo de vôlei”, afirmou a dentista Sarah Bandeira, que levou os filhos Enzo, 10, e Daniele, 7, para acompanhar a final. Ela comprou ingressos por R$ 40.
Além da questão local, a presença de jogadores famosos, como Bruninho e Lucão, talvez ajude a explicar a torcida fervorosa pelo RJX. Bancado pelo bilionário Eike Batista, o clube que disputou sua segunda Superliga não tem qualquer tradição. Teoricamente, faltaria torcida. Mas o torcedor de vôlei não tem paixão clubística e torce para o time da vez. O momento é do RJX.
A torcida é guiada o tempo todo por um DJ que toca sucessos atuais nos intervalos das jogadas, como “Gangman Style” e “Harlem Shake”. A torcida faz adaptações em cima dessas canções, criando o que poderia ser chamado de grito de guerra para o RJX.
Enquanto a torcida RJX estava toda uniformizada, com camisas dadas ao público pelo próprio clube, a torcida do Sada/Cruzeiro, que ocupou em torno de 30% do Maracanãzinho não tinha a mesma estrutura de apoio. Em algumas partes, lembrava até mesmo a torcida que frequenta o Mineirão, com faixas de organizadas e gritos de guerra semelhantes aos usados para incentivar os jogadores de futebol.
Nos intervalos, o público se distrai com as atrações que passam no telão, importadas de competições americanas, como a NBA. No momento do beijo, que já teve até mesmo participação do presidente americano, Barack Obama, em um jogo da NBA, casais são focalizados num telão, envoltos num coração, e dão desde bitoquinhas tímidas a ardentes beijos de língua. Tudo isso para delírio do público.
No mesmo telão, as pessoas são focalizadas e convidadas a tentar “pegar” balões imaginários. Em outro momento, todos são incentivados a dançar a coreografia do “Harlem Shake”. Ou seja, uma festa constante. “O vôlei é o primeiro esporte do brasileiro. Futebol é religião”, brincou o treinador do RJX, Marcelo Fronckowiak.
Mas nem tudo foi perfeito na manhã chuvosa deste domingo, no Rio. Na entrada e nos arredores do Maracanãzinho, a circulação do público foi bastante prejudicada pelas obras de urbanização que estão sendo feitas em torno dali, que integram o projeto do Novo Maracanã, cuja inauguração está prometida, após diversos atrasos, para o fim deste mês. Boa parte das calçadas estavam interditadas, e atrapalhando o fluxo das pessoas. Tudo isso aliado à chuva, que foi um fator prejudicial a mais para quem chegava ao ginásio.
“Está bastante desconfortável circular por aqui. Imagina para uma pessoa deficiente que veio assistir ao jogo? Essas obras todas aqui complicam a chegada do público”, afirmou a professora Gabriela Carvalho.
Fonte:
Terra
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