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Nacional
Quarta - 16 de Maio de 2007 às 20:43

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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Rio de Janeiro, Wadih Damous, recebeu nesta quarta-feira uma comissão de líderes comunitários da Vila Cruzeiro, na Penha - onde já morreram 15 pessoas no confronto entre policiais e traficantes. Acompanhados do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, Alessandro Molon (PT), e de representantes da Anistia Internacional, eles pediram 'socorro' para que a situação de violência vivida por 120 mil moradores de 10 comunidades não se torne irreversível.

De acordo com os líderes comunitários, o toque de recolher imposto pelo tráfico está fazendo com que trabalhadores percam seus empregos e estudantes não possam mais freqüentar aulas. Os pequenos estabelecimentos comerciais e os ambulantes também estão impossibilitados de trabalhar.

Do outro lado, a atuação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi duramente criticada. De acordo com a comissão, os policiais roubam dinheiro dos moradores durante revistas, xingam mulheres e, quando entram com o blindado da PM, entoam refrões como "o caveirão não vai prender ninguém, nunca, pois quem tá lá dentro não sai, não". O clima descrito é de terror.

"Nós viemos aqui buscar uma parceria da OAB para mudar esse quadro, estamos pedindo socorro, que nos ajudem a levantar a bandeira dos direitos humanos e da cidadania. A comunidade está sufocada", disse o presidente da Associação dos Moradores de Vila Cruzeiro, Antônio Tibúrcio.

A comissão pediu que a OAB atue como canal de acesso da comunidade ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e ao comandante da Polícia Militar, coronel Ubiratan Ângelo. Os líderes disseram que não conseguem ser recebidos pelas autoridades.

"Somos obrigados a conviver com os traficantes, mas não estamos a favor do tráfico. Queremos uma polícia que prenda os bandidos, que seja inteligente, e não que desrespeite os direitos dos moradores", afirmou outro dirigente de associação, que pediu para não ser identificado. "É fácil matar qualquer um de nós", disse.

A comissão solicitou também que a OAB promova capacitação na área do Direito para que as associações de moradores recebam noções básicas dos direitos da cidadania previstos na lei.




Fonte: O Dia

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