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Internacional
Quarta - 16 de Maio de 2007 às 19:02

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Nicolas Sarkozy tratou de negócios em sua primeira visita ao exterior como presidente da França, prometendo em Berlim lidar com a crise institucional da UE e surpreendendo seus anfitriões ao destacar problemas da empresa franco-alemã EADS, gigante do setor aeroespacial.

Falando ao lado da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel horas depois de assumir o cargo em Paris, Sarkozy disse que sua visita à capital alemã é ao mesmo tempo simbólica e um sinal de que ele está pronto para trabalhar.

"Quis expressar meu desejo de que comecemos a trabalhar imediatamente, porque há uma necessidade urgente de agir", disse ele em entrevista coletiva antes de conversar e jantar com Merkel.

"A primeira emergência é tirar a União Européia da sua paralisia atual. Para isso, é necessário que a Alemanha, que hoje detém a presidência da UE, e a França, que sempre foi sua parceira privilegiada na Europa, vejam isso olho no olho."

"A segunda emergência se relaciona à cooperação industrial entre nossos dois países, e naturalmente isso significa antes de tudo a questão da EADS", acrescentou.

Quando a EADS mergulhou numa crise financeira, durante a campanha eleitoral francesa, Sarkozy prometeu desfazer o pacto de acionistas que garante a paridade franco-alemã dentro da empresa à qual pertence a fábrica de aviões Airbus.

A Alemanha resiste às repetidas tentativas francesas dos últimos anos de assumir maior controle da companhia, fundada em 2000 com a fusão das duas principais empresas aeroespaciais dos dois países.

CONSTITUIÇÃO

Merkel, que preside a UE neste semestre, conta com a ajuda de Sarkozy para relançar a idéia de uma Constituição para o bloco, rejeitada por eleitores da França e da Holanda em referendos em 2005.

Sarkozy defende uma versão mais "magra" da Constituição, o que serviria para agilizar os processos decisórios no bloco de 27 países, e para isso propõe que basta a aprovação parlamentar, e não em referendo.

Merkel e Sarkozy têm estilos bem diferentes —ela está acostumada a criar consensos discretamente; ele é conhecido por falar grosso e ser combativo—, mas ainda assim possuem muito em comum. Ambos são conservadores que defendem laços mais estreitos com Washington, são contra a adesão da Turquia à UE e defendem reformas no Estado de bem-estar social.

Nascidos com apenas seis meses de diferença, também compartilham uma imensa ambição política, o que fez com que em algum momento se voltassem contra seus mentores —o ex-chanceler Helmut Kohl e o agora ex-presidente Jacques Chirac— para alçarem vôos mais altos.

Ambos desafiaram as probabilidades para chegar aonde chegaram —Merkel como filha de um pastor da Alemanha comunista; Sarkozy como filho de um imigrante húngaro que fugiu do comunismo.





Fonte: Reuters

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