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Internacional
Quarta - 16 de Maio de 2007 às 18:55

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Chegou a 21 nesta quarta-feira o número de mortos nos confrontos entre os movimentos palestinos rivais Hamas e Fatah, que possuem braços armados e políticos. Os choques entre membros dos dois movimentos, que dividem o poder no governo de coalizão palestino, envolveram autoridades de Israel, que ordenaram resposta a ataques do Hamas e cogitaram invadir a faixa de Gaza. Cerca de 50 pessoas morreram desde o início dos choques.

Fumaça sobe após ataque aéreo de Israel em Rafah, sul de Gaza "A violência que atinge Gaza é a pior desde a formação do governo de coalizão, em fevereiro. Depois do segundo dia de foguetes lançados pelo Hamas contra cidades israelenses, o premiê de Israel, Ehud Olmert, autorizou o Exército a dar uma "resposta severa" aos ataques, apesar de ter decido não empreender uma retaliação de larga escala.

Mesmo essa posição, no entanto, pode mudar. Hoje, o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Avigdor Lieberman, que o governo promova uma invasão da faixa de Gaza para acabar com a violência a que estão submetidos os 25 mil habitantes de Sderot, alvos de ataques com foguetes.

Fontes palestinas sugerem que o Hamas está tentando envolver Israel no conflito como uma forma de unir os palestinos contra um inimigo comum. "Israel não pode continuar a se conter quando seus cidadãos estão sendo atingido, e por isso decidimos empreender uma resposta séria e severa", informou o gabinete de Olmert.

Em um novo ataque logo após a declaração, a força aérea de Israel atingiu um grupo de palestinos em um ataque no norte da faixa de Gaza, ferindo várias pessoas e deixando uma em estado crítico, segundo fontes israelenses e palestinas.

Governo ameaçado

A continuidade dos conflitos ameaça cada vez mais a existência do frágil governo de coalizão, que iniciou suas atividades em março último. Um dos objetivos da aliança era justamente pôr um fim a meses de violência entre as facções, mas o acordo de unidade nunca resolveu uma área sensível: o controle das forças de segurança palestinas.

A atual onda de violência foi detonada na última semana depois que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, do Fatah, destacou milhares de policiais para deter uma série de crimes em Gaza. O destacamento não foi aprovado pelo Hamas, que reagiu se voltando contra as forças leais a Abbas.

A maioria dos 80 mil homens destacados na Cisjordânia e em Gaza são leais a Abbas. No ano passado, o Hamas montou a sua própria milícia, que conta com cerca de 6.000 integrantes.

Na segunda-feira (14), o ministro do Interior do governo, Hani al Qawasmi, que era responsável por supervisionar os serviços de segurança, anunciou sua renúncia devido à frustração com a competição entre rivais pelo controle dos contingentes armados.

O preenchimento da vaga de ministro do Interior foi um dos principais obstáculos durante as negociações de formação do governo, em fevereiro.

Ataques

A escalada de ataques se intensificou ao longo dos últimos dias. Nesta quarta-feira, membros do Hamas mataram a tiros seis guarda-costas de um alto oficial de segurança do Fatah.

Homens do Fatah tomam posição; mortos em Gaza chegam a 45 Eles também incendiaram um prédio de 11 andares habitado por vários oficiais da facção rival, segundo a agência de notícias Associated Press.

Em outra ação, integrantes do Hamas mataram por engano cinco membros do próprio grupo que estavam em um veículo militar.

Confrontos eclodiram também perto do complexo que abriga o escritório de Abbas. Morteiros caíram perto do local, sem deixar vítimas. A ação ocorreu após o lançamento de uma granada contra integrantes do Hamas. Emergência

Membros do Fatah sugeriram hoje que Abbas declare um estado de emergência em Gaza para tentar acabar com a violência.

O estado de emergência permitira que fosse formado um pequeno governo emergencial capaz de tomar decisões sem a aprovação do Parlamento, além de autorizar um grande destacamento de forças de segurança.

O Hamas já declarou que se opõe à medida. Por outro lado, o Hamas anunciou um cessar-fogo unilateral na faixa de Gaza a partir das 20h locais (14h de Brasília) em mais uma tentativa de conter a violência que tomou a região desde a última sexta-feira (11).

É a quarta tentativa de trégua desde o início dos conflitos --as três anteriores fracassaram.

Civis

A guerra nas ruas forçou civis a se esconderem em suas casas e fechou escolas e centros comerciais em Gaza.



Hoje, a organização Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) emitiu uma declaração se dizendo "profundamente preocupado" com a situação dos civis. "Na faixa de Gaza, civis que não estão envolvidos nos combates estão arcando com o preço desta espiral de violência e anarquia", disse Anthony Dalziel, chefe da subdelegação do CICV em Gaza.

"Pessoas alheias à situação foram mortas e feridas, e moradores locais, especialmente em Gaza, são praticamente prisioneiros em suas próprias casas, com medo de sair para sua rotina diária", completou Dalziel no texto. O CICV fez um apelo especial para que "instalações médicas e os serviços estejam disponíveis para os que deles precisem, sejam civis ou combatentes feridos". "Ambulâncias e instalações médicas são claramente protegidas pelo Direito Internacional Humanitário e não devem ser tratadas como alvos, nem usadas para fins beligerantes", informou a organização.




Fonte: Folha Online

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