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Nacional
Terça - 15 de Maio de 2007 às 14:31

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Foi por meio de uma denúncia de um casal, cuja filha morreu um mês e 21 dias depois de nascer, no Hospital da Mulher, administrado pela prefeitura de Feira de Santana (BA), a 110 quilômetros de Salvador, que se descobriu um suposto problema de infecção hospitalar que estaria acometendo a unidade, tida como referência no Estado no atendimento obstetrício. Nos últimos 45 dias, 16 bebês morreram no hospital - o dobro da média registrada na unidade.

Maíra Graziela Padilha e Erisvaldo Paixão contam que deram entrada no hospital em 20 de março, depois que Maíra começou a ter contrações, apesar de a gravidez ter apenas seis meses. No mesmo dia, a filha deles nasceu, de parto normal. Mãe e filha ficaram, então, sendo atendidas pelo Programa Mãe Canguru, no qual a mãe acompanha o desenvolvimento do filho, dentro do hospital, até que ele atinja o peso ideal para receber alta.

"Nesse tempo, soube de alguns bebês que morreram e de uma visita da Vigilância Sanitária, mas imaginei que não fosse nada de anormal", conta Maíra. "Até que, no último dia 5, quando fui rever minha família, recebi uma ligação de uma funcionária do hospital dizendo que era para eu voltar urgentemente, porque o estado da menina tinha piorado". Maíra relata que foi informada, na unidade, de que a criança tinha contraído uma infecção. Seis dias depois, o bebê morreu. "Quero saber o que vai ser feito agora, comigo e com as famílias das outras crianças."

Segundo o diretor do Complexo Materno Infantil de Feira de Santana, que abrange o Hospital da Mulher, Joaquim Brandão, a instituição está investigando as causas das mortes. Em primeira instância, porém, credita o aumento no número de casos de morte de recém-nascidos com o crescimento no número de atendimentos na unidade. "Alguns grandes hospitais da região tiveram problemas com falta de médicos nas últimas semanas, o que fez com que nossos atendimentos diários praticamente dobrassem", aponta. "Antes, fazíamos de 25 a 30 atendimentos por dia e hoje estamos na casa dos 50."

Sobre a visita da Vigilância Sanitária, Brandão afirma que elas são periódicas e benéficas para a instituição. "Se houvesse algum risco anormal para os bebês, eu mesmo interditaria o hospital", garante.

A secretária da Saúde de Feira de Santana, Denise Mascarenhas, garante que os casos são fatalidades. "Todas as mortes foram de prematuros de alto risco e todas as análises que fizemos mostraram que não há nada de anormal na unidade", afirma. "Ainda assim, estamos investigando caso a caso - como fazemos sempre que acontece algum óbito." Apesar de o hospital ser municipal, uma equipe da Secretaria Estadual da Saúde da Bahia (Sesab), junto com técnicos da Vigilância Epidemiológica, também foi destacada, na manhã desta terça-feira, para investigar os casos no hospital.





Fonte: 24 Horas News

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