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Internacional
Segunda - 14 de Maio de 2007 às 20:00

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Caiu nesta segunda-feira mais um alto funcionário do Departamento de Justiça dos Estados Unidos devido ao escândalo da demissão de promotores federais em 2006, que se aproxima cada vez mais da Casa Branca. O subsecretário do departamento de Justiça, Paul McNulty, anunciou hoje sua renúncia, no momento em que crescem as críticas a seu chefe, Alberto Gonzales, pela exoneração dos promotores por motivos supostamente políticos.

Paul McNulty anunciou sua renúncia ao Departamento de Justiça nesta segunda-feira McNulty informou que deixará o cargo, que ocupa desde novembro de 2005, durante o próximo verão (boreal). "O Departamento de Justiça perderá um líder dinâmico e reflexivo com a saída do subsecretário Paul McNulty", disse Gonzales em um comunicado.

Os oito promotores e a oposição democrata afirmam que a exoneração foi provocada pela atuação dos funcionários em investigações envolvendo o Partido Republicano, do presidente George W. Bush.

Em fevereiro, McNulty testemunhou que ao menos um dos promotores exonerados saiu do cargo para abrir o caminho para um protegido de Karl Rove, um dos principais conselheiros políticos do presidente americano. Gonzales, que ainda resiste a apelos para renunciar, insiste que as demissões foram apropriadas e baseadas em falhas no desempenho dos promotores.

Em abril, durante uma audiência do Comitê Judicial do Senado, Gonzales afirmou que teve apenas um "papel limitado" nas discussões sobre quem e quantos dos 93 procuradores federais deveriam ser demitidos para a renovação do sistema judiciário.

Dois outro oficiais do Departamento de Justiça dos EUA --o chefe de pessoal de Gonzales, Kyle Sampson, e Monica Goodling-- renunciaram nos últimos dois meses por causa do escândalo.

"Parece irônico que McNulty, que ao menos tentou ser honesto com o comitê [Judiciário do Senado], renuncie, enquanto Gonzales, que não ajudou em nada, continua no comando", disse o senador democrata Charles Schumer.

Depoimento

Em seu depoimento, Gonzales reafirmou que não pretende renunciar por enquanto. "Fizemos grandes coisas [no Departamento de Justiça] e continuaremos fazendo. No momento em que não acreditar que já não posso servir com eficiência, então renunciarei como procurador-geral", declarou.

Procurador-geral de Justiça dos EUA, Alberto Gonzales, está no centro de crise política Durante toda a audiência, Gonzales disse que não tem nada a esconder e que sua decisão sobre as demissões "foi justificada".

Os procuradores-gerais dos Estados Unidos são normalmente indicados por funcionários do Estado, servem por períodos de quatro anos e estão "a serviço" do Executivo, que tem a capacidade de demiti-los quando quiser.

Os senadores não questionam o poder legal do governo de demiti-los ou os substituir, mas querem saber se as demissões, anunciadas em dezembro de 2006, tinham motivações políticas, como diz a oposição, e, sobretudo, se Gonzales merece permanecer no cargo.

Gonzales admitiu que esteve "envolvido" no processo das demissões, mas de "forma limitada", e que elas respondiam ao desempenho dos procuradores.

Enquanto Gonzales estava no banco dos réus, a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, afirmou que Bush "tem plena confiança no procurador-geral, e será avisado quando isto mudar com relação a qualquer servidor público, mas não há nenhum indício disto".





Fonte: Folha Online

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