Empresas com mão-de-obra em grande escala serão desoneradas

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira que o governo vai lançar um conjunto de medidas para desonerar empresas que utilizam grande número de trabalhadores, conhecidas como de mão-de-obra intensiva. "Temos que fortalecer a indústria de transformação. As medidas do PAC [Plano de Aceleração do Crescimento] vêm no sentido de dar maior competitividade, reduzindo o custo financeiro, o custo tributário, e oferecendo maior oferta de infra-estrutura e outras medidas que vamos tomar e serão anunciadas em breve", disse Mantega.

"O governo está preparando uma série de ações para reduzir o custo da folha de pagamento das empresas de mão-de-obra intensiva. É preciso por em prática medidas adicionais para que este segmento da economia possa sobreviver à concorrência, que é mais feroz nestes segmentos industriais [de mão-de-obra intensiva]", afirmou.

Perguntado quais serão os setores beneficiados, o ministro disse que os estudos técnicos ainda não estavam concluídos. "Não sabemos se [a desoneração] vai ser dada para todos os setores que têm mão-de-obra intensiva, que vai desde a indústria de transformação até o setor de serviço".

O ministro apenas confirmou que a desoneração visa ajudar os segmentos industriais que mais sofrem com o câmbio. Com o real valorizado, produtos que usam muita mão-de-obra, como calçados e têxtil, ficam mais caros no exterior, o que gera a falta de competitividade e a conseqüente perda de mercado.

Mantega participou da abertura do 19º Fórum Nacional, evento organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no auditório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.