Globo estréia hoje "Eterna Magia", nova novela das 18h

Um elenco estelar (com direito a ponta do escritor Paulo Coelho), numa superprodução para o horário de novelas mais bem-sucedido da Globo - ao menos no Ibope. Eterna Magia, a nova das 18 horas, estréia hoje sem dispensar os ingredientes que têm agradado a esta faixa de público: história de época - anos 1930/40 -, esoterismo e romance, com doses de humor. A história das duas irmãs, Nina (Maria Flor) e Eva (Malu Mader), uma boa e outra má, que disputam o amor do mesmo homem, Conrado (Thiago Lacerda) vem temperada com toques de cultura celta e começa com cenas gravadas na Irlanda e espaço reservado a valentinas (bruxas).

Uma receita consagrada. Alma Gêmea e O Profeta, novelas anteriores do horário, tinham toques sobrenaturais e tiveram audiência de 32 pontos, com sintonia de 55% dos aparelhos ligados no horário. É um patamar ótimo mesmo para as produções das 19 e das 21 horas. Se a receita deu certo, por que não repetí-la, com ingredientes extras? A reprodução das falas, costumes e roupas de época é caprichada. E o elenco reúne grifes que costumam desfilar só em novela das 9 e minisséries. Afinal, juntar Malu Mader, Thiago Lacerda, Osmar Prado, Irene Ravache, Cauã Reymond e Aracy Balabanian às 18 horas é um luxo.

Estréia na criação

A autora da trama, Elizabeth Jhin, e o diretor Ulysses Cruz, estréiam como titulares, após mais de uma década como colaboradores. Ela esteve em Salomé, História de Amor e Começar de Novo (todas das 18 horas). Ele veio para a Globo já consagrado no teatro e co-dirigiu Estrela Guia e Sabor de Paixão (também das 18) e a minissérie Um Só Coração. “Eterna Magia resgata a teatralidade perdida na teledramaturgia. A televisão enveredou por um naturalismo fácil em que cenas e personagens perderam a profundidade”, avisa ele.

Para Silvio de Abreu, supervisor de texto até o capítulo 30, é uma aposta da Globo na revonação de talentos, pois pela primeira vez diretor (Ulysses Cruz) e autora (Elizabeth Jhin) estréiam juntos como titulares. “Por isso, Carlos Manga (que assina como diretor de núcleo) e eu estamos aqui. Os novos autores e diretores são tão capazes quanto nós, mas ainda não tiveram como prová-lo”, explica ele. “Com nosso aval, consegue-se um elenco dessa categoria.”

Esse elenco se divide entre a Irlanda (onde foram gravados os primeiros capítulos) e Serranias, cidadezinha mineira fictícia (“perto de São João del Rei e Tiradentes”, informa Elizabeth), que retoma vigor econômico nos anos 30 e 40, com a redescoberta de minas de pedras preciosas. O drama fica por conta do triângulo vivido por Loreta (Irene Ravache), Joaquim (Osmar Prado) e Regina (Giulia Gam). O humor estará na barbearia de Zequinha (Isaac Bardavich) e seu casamento feliz de mais de 40 anos com Inácia (Aracy Balabamian). Mas há também cenas de rituais celtas e bruxarias que têm como regente a enigmática Zilda (Cássia Kiss). Tudo com muitos efeitos especiais, claro.