EQUADOR PREPARA LEI PARA EVITAR MONOPÓLIOS DE TELECOMUNICAÇÕES E CIMENTO

QUITO, 12 maio 2007 (AFP) - O governo do Equador anunciou neste sábado que prepara uma lei para evitar os monopólios em áreas estratégicas, como a das telecomunicações e do cimento.

"Estamos elaborando uma lei antimonopólio", declarou o presidente socialista Rafael Correa, diante do interesse da Telmex, de propriedade do magnata mexicano Carlos Slim, de adquirir ações das estatais equatorianas de telecomunicações.

A Telmex é líder no México com subsidiárias no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e Peru, enquanto que a América Móvil, também de Slim, já é dona da empresa de telefonia celular Porta no Equador.

Citando Slim, Correa manifestou que "se monopolizar as comunicações no Equador, que é o que vai acontecer, vão aumentar as tarifas, não vão baixar".

"É um perigo que o senhor Slim esteja monopolizando telecomunicações em nível de América Latina e no Equador, mas aqui há um governo altivo e soberano que não permitirá monopólios privados em serviços fundamentais para a população", atacou.

O presidente destacou que "a privatização foi um desastre neste país" e comentou que a Cemento Nacional (a maior produtora de cimento pertencente ao grupo suíço Holcim) "é uma empresa da estatal Corporación Financia Nacional (CFN)".

"Agora, temos um quase monopólio (no setor do cimento), porque também está a Lafarge (da França), que comprou Selva Alegre".

"Estas duas empresas atuam sempre de maneira coordenada, para não dizer em conluio. Hoje, temos aqui cimento mais caro que na Europa", expressou Correa, acrescentando que "temos um monopólio privado de um bem fundamental".