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Internacional
Sábado - 12 de Maio de 2007 às 18:10

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O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore disse hoje que os países em desenvolvimento, como o Brasil e a China, também têm de se comprometer a reduzir as emissões de gases poluentes, algo que o Protocolo de Kyoto obriga apenas às nações mais ricas.

"Sou a favor de que os países em desenvolvimento também se comprometam", afirmou Gore, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro. No entanto, ele esclareceu que, apesar de exigir compromissos dos países em desenvolvimento em relação à redução dos gases que causam o efeito estufa, respeita o princípio do Protocolo de Kyoto, segundo o qual as "nações com maior renda têm obrigação de fazê-lo primeiro".

Segundo o ex-vice-presidente, os países ricos têm de assumir a liderança e depois oferecer a tecnologia e os recursos necessários para que os outros países sigam o exemplo.

"A China vai se transformar no maior emissor de gás carbônico neste ano ou no próximo, quando superará os EUA", afirmou Gore. Ele se referiu aos países que ainda não assumiram compromissos, mas que já são apontados como os principais geradores do efeito estufa.

Além da China, existe uma pressão para que o Brasil também se comprometa com a causa "verde". O país é indicado como um dos grandes emissores de gases do mundo devido às queimadas na Amazônia.

Nos últimos anos, o político americano se destacou como porta-voz da causa ecológica e vem promovendo uma maior conscientização mundial da ameaça trazida pelo aquecimento global.

Gore disse que seu país tem não só a obrigação de aderir o tratado, mas também de liderar as medidas contra o aquecimento global. Os EUA que assinaram mas se negaram a ratificar o Protocolo de Kyoto e são os maiores responsáveis pelo efeito estufa atualmente.

O líder ambientalista acrescentou que, apesar de o presidente americano, George W. Bush, resistir a aderir aos acordos ambientais internacionais, o novo Congresso de seu país é favorável a medidas para reduzir o aquecimento e que alguns Governos regionais já tomaram importantes iniciativas nesse sentido.

"As grandes empresas dos Estados Unidos já têm se conscientizado de que, se não atuarmos agora, os danos futuros serão piores para a economia. Por isso, cerca de 500 cidades americanas já adotaram medidas para diminuir a emissão de gás carbônico", afirmou.

Gore previu que os países em desenvolvimento também terão de assumir compromissos de redução das emissões, já que se sabe que serão os mais prejudicados pelo aquecimento global. "Os maiores danos ocorrem nos países pobres. Os países ricos têm as melhores condições de se adaptarem às mudanças", disse.

Após reiterar seu apoio à adoção dos biocombustíveis como uma das soluções para fazer frente ao aquecimento global, Gore afirmou que gostaria que seu país tivesse um programa de fomento aos combustíveis renováveis tão concreto quanto o brasileiro.

O Brasil e os Estados Unidos, os dois maiores produtores de biocombustíveis, lideram uma iniciativa mundial para incentivar a produção e o consumo de combustíveis de origem vegetal, como o etanol e o biodiesel. Desde o programa Pro-Álcool, criado em 1975 devido à crise no petróleo mundial, os governos brasileiros vêm investindo nos biocombustíveis há mais de três décadas e já contam com uma grande frota de veículos movida a etanol, assim como leis que regulamentam o maior uso dos combustíveis vegetais.

Segundo Gore, hoje é possível conciliar progresso econômico com preservação ambiental, já que as medidas para defender o mundo podem se transformar em uma importante fonte de geração de empregos. O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, que na noite de hoje dará uma conferência sobre o aquecimento global para um seleto grupo de empresários e políticos em São Paulo, chegou ao Brasil após palestras semelhantes, às quais compareceu nesta semana em Buenos Aires e Santiago.




Fonte: EFE

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