Traficantes vão ter de se explicar a Deus, diz Papa
“Digo aos que comercializam drogas que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai-lhes exigir satisfações”, afirmou.
Para o pontífice, “a dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira”. O Papa discursou durante encontro com os recuperandos - como são chamados aqueles que aderem ao programa de recuperação da fazenda – na manhã deste sábado (12).
Atualmente, cerca de 1.800 pessoas entre 15 e 60 anos passam por tratamentos das fazendas da esperança (42 centros no Brasil e no exterior), 300 delas só nos três centros estabelecidos Guaratinguetá.
O Papa lembrou a grande quantidade de dependentes de drogas no Brasil e na América Latina. “O Brasil possui uma estatística, das mais relevantes, no que diz respeito à dependência química de drogas e entorpecentes. E a América Latina não fica atrás.”
A fórmula para a cura da dependência foi novamente declarada pelo pontífice. “Mediante uma terapia, que inclui a assistência médica, psicológica e pedagógica, mas também muita oração, trabalho manual e disciplina, já são numerosas as pessoas, sobretudo jovens, que conseguiram livrar-se da dependência química e do álcool”, afirmou. Bento XVI concluiu que “não basta curar o corpo, é preciso adornar a alma”.
Antes, durante a saudação na chegada à Fazenda da Esperança, o Papa Bento XVI invocou a "força da Ressurreição" para livrar jovens da dependência do álcool e das drogas e pediu esperança em meio a uma "sociedade consumista afastada de Deus". O pontífice afirmou que orações aliadas à medicina e a oficinas de trabalho podem curar a dependência.
Convite aceito
Para receber o Papa, a unidade em Pedrinhas ganhou um heliponto, um palco, novas casas para hospedar os bispos e uma Igreja. Segundo o frei alemão Hans Stapel, fundador e responsável pela fazenda, foram gastos R$ 2 milhões nas construções. Em nome da Santa Sé, o Papa doou neste sábado 100 mil dólares ao projeto.
A visita do pontífice à Fazenda da Esperança em Pedrinhas foi confirmada oficialmente em dezembro de 2006. Mas muito antes disso, em maio, o frei tinha ouvido, em alemão, do próprio Bento XVI, a resposta a seu convite, feito em uma audiência privada antes do lançamento da primeira encíclica.
“Jawohl” ("com certeza", em alemão), disse o Papa, depois que Frei Hans fez a descrição da obra e pediu que o pontífice fosse vê-la de perto.
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