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Economia
Sábado - 12 de Maio de 2007 às 15:13

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Trinta produtores de grãos de pequeno e médio porte de Campos de Júlio, oeste de Mato Grosso, inauguram no próximo dia 18 uma usina de biodiesel de girassol com capacidade inicial para produzir seis milhões de litros do combustível. Reunidos na Cooperativa Agroindustrial do Parecis (Coapar), instituída em maio de 2005 para este fim, eles investiram R$ 2 milhões de capital próprio na construção do empreendimento.

Juntos, os 30 associados cultivam 80 mil hectares, a maior parte soja, o que resulta em uma média de 2,7 mil hectares por produtor, extensão não muito grande quando se trata do Mato Grosso. Na safrinha, entre 40 mil e 50 mil hectares são plantados com milho, girassol, sorgo, entre outros produtos.

Allan Mello Guerra, presidente da Coapar, explica que a idéia inicial é reduzir a dependência do óleo diesel, um dos insumos de maior custo para os produtores do Mato Grosso. Nas suas contas, de cinco a seis litros de diesel são utilizados na exploração de um hectare de soja ao custo de R$ 2/litro. Ele calcula que o biodiesel já colocado dentro da propriedade sairá por R$ 1 o litro. "As máquinas podem operar com 100% de biodiesel", diz. "Temos apenas que adaptar os filtros de combustível".

No futuro a Coapar pretende vender o excedente de produção para distribuidoras. A área de girassol destinada ao biodiesel deverá ser aumentada de atuais seis mil hectares para 10 mil hectares em 2008 e 20 mil hectares em cinco anos. Dentro de seis a sete anos a produção de biodiesel terá crescido para 15 milhões de litros/ano.

Outra fonte de renda será a venda do farelo para criadores de aves e suínos. "Por conta do aumento do custo do farelo de soja, o derivado do girassol ficou mais competitivo", diz Guerra.

Diferente da maioria dos projetos de biodiesel no Brasil, que tem a soja como matéria-prima, os investidores em questão preferiram o girassol por conta das condições climáticas da região durante o período da safrinha, e dos custos de construção da usina. A implantação de uma fábrica de biodiesel de soja do mesmo porte, diz Guerra, exigiria investimentos de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões, diante dos R$ 2 milhões aplicados no projeto. O custo da produção do girassol safrinha também pesou na decisão. Na região de Campos de Júlio os gastos com um hectare de soja chegam a R$ 1.200 para uma produtividade média de 2.800 quilos por hectar. Para o girassol a relação é de um custo de R$ 450 por hectare e produtividade de 1.800 quilos por hectare.





Fonte: Midia News

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