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Nacional
Sábado - 12 de Maio de 2007 às 14:52

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O Brasil poderá ficar fora do mercado de nanotecnologia se não acompanhar a evolução do setor, avalia o chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE), Oswaldo Oliva Neto. O NAE é um órgão ligado à Presidência da República.

“Se nós não entrarmos nesta corrida junto com os países desenvolvidos, vai acontecer uma situação semelhante às fábricas que faziam máquina de datilografia. Quando chegou a impressora, a informática, elas acabaram. Quem não estiver acompanhando e melhorando seus produtos em cima dessa nova tecnologia vai ficar fora do mercado”, diz Oliva.

A nanotecnologia é manipulação de átomos para construir estruturas de tamanhos microscópicos. Áreas como medicina, eletrônica, química ou biologia podem ser beneficiadas com esse tipo de estudo, que ainda é recente. “É uma nova revolução industrial que está surgindo, quase todas as áreas de produção vão sofrer o impacto direito ou indireto da nanotecnologia” acredita Oliva.

De acordo com estudo sobre nanotecnologia, realizado por pesquisadores da Unicamp e coordenado pelo NAE, os resultados mostram que, no Brasil, já existe desenvolvimento na área industrial (semicondutores e eletrônica), em políticas públicas (energia, meio ambiente, fármacos, saúde e alimentação) e setores de alta competitividade, entre eles o químico e o petroquímico.

O estudo mostra como as pesquisas poderão, mais tarde, chegar ao consumidor. Ele poderá dispor de novos produtos como cosméticos, tecidos mais resistentes, filtros de proteção solar mais eficientes e de maior duração, novos marca-passos e remédios contra novos tipos de câncer.

Oliva salienta ainda que é preciso criar leis que regulem o setor, protegendo o indivíduo e o meio ambiente de possíveis danos, mas possibilitando a competitividade com o mercado mundial. O NAE mostra que que a regulamentação deveria criar normas ambientais, de segurança dos trabalhadores, dos consumidores e de privacidade na área de saúde. São regras essenciais, diz a pesquisa, para evitar que países mais avançados dificultem exportações do Brasil, ao alegar barreiras fitossanitárias, ou ausência de padronização na fabricação de certos produtos.

Segundo o Oliva, a pesquisa revela também que os países estão investindo mais recursos nas áreas onde eles já têm liderança mundial, mantendo o diferencial competitivo nesses produtos, agora com a nanotecnologia.

“É importante que o Brasil siga a mesma referência. É mais fácil desenvolvermos produtos na área de biotecnologia do que fazermos produtos para a indústria espacial. É mais importante melhorarmos a produtividade agrícola do que fazermos equipamentos para submarino”, diz o chefe do NAE.

O pesquisador explica que os produtos desenvolvidos com nanotecnologia podem melhorar a produtividade do país através da diminuição do uso de matéria prima, de energia e com menos impacto no meio ambiente.





Fonte: ABr

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