PF faz contra-proposta de reajuste e ameaça entrar em greve
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Sandro Avelar, a proposta do governo é inaceitável. Ele afirmou que o aumento já havia sido prometido para dezembro do ano passado. Avelar argumentou que a categoria suspendeu o calendário de paralisações a pedido do governo, que prometeu negociar. De acordo com a ADPF, o governo tem utilizado o argumento de que investimentos voltados para o PAC inviabilizam o pagamento em 2006.
Sandro Avelar afirmou que os protestos agendados para os dias 7 e 8 de maio foram cancelados em virtude da visita do Papa Bento XVI ao Brasil. Desta vez, ele confirmou que haverá a paralisação.
"Está acontecendo uma coisa curiosa. As lideranças do departamento de Polícia Federal têm procurado tranqüilizar os policiais, enquanto o próprio governo faz este tipo de proposta que mais parece uma brincadeira. Com isso, empurram os policiais para um movimento radical", afirmou Avelar.
Na próxima segunda-feira, entidades que representam a PF terão uma reunião no Ministério do Planejamento. Segundo o ministério, o reajuste parcelado até 2010 vai custar R$ 1 bilhão e beneficiará 14 mil servidores. Para o secretário do ministério, Sérgio Mendonça, as negociações ainda caminham para um desfecho positivo, dentro do prazo estabelecido, que vence no próximo dia 26.
Nesta sexta-feira, reportagem publicada pelo jornal O Globo mostrou que o governo quer dificultar paralisações no funcionalismo público. A idéia é propor uma rígida lei de greve para a classe. Pelo projeto, mesmo quando as greves forem consideradas legais pela Justiça, não poderá haver interrupção da prestação de serviços. Quando a greve for considerada ilegal, haverá desconto dos dias parados, sem possibilidade de negociação entre as partes nesse sentido.
Comentários