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Nacional
Sexta - 11 de Maio de 2007 às 19:49

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Bento 16 voltou a fazer um apelo aos católicos brasileiros para a evangelização, desta vez diretamente aos líderes da Igreja no país, que, segundo ele mesmo admitiu, vive "tempos difíceis".

Mas ao mesmo tempo em que insistiu na necessidade do fortalecimento da fé dos fiéis, numa resposta à perda de membros para as igreja evangélicas, o papa também ressaltou a importância da ajuda material e da busca por dar à economia "um rosto humano e solidário".

Em encontro com os bispos do Brasil na Catedral da Sé, em São Paulo, Joseph Ratzinger disse que é fundamental promover "uma evangelização metódica" e orientou os bispos a "não poupar esforços na busca dos católicos afastados".

Batendo novamente na tecla da "santidade do matrimônio e da família" e citando a "ferida do divórcio e das uniões livres", Bento 16 reafirmou aos bispos valores e princípios da Igreja, dizendo que ela "permanecerá intacta até o fim dos tempos", em um dos dois momentos em que foi aplaudido pelos líderes católicos durante seu discurso.

Como parte também do esforço de contenção dos fiéis, Bento 16 disse que, além de "oferecer o divino bálsamo da fé", os bispos não podem "descuidar do ''pão material"''.

O pontífice não poupou palavras contra um "cultura relativística e consumista" e apontou para o "déficit histórico de desenvolvimento social" do Brasil, dizendo que uma visão da economia e dos problemas sociais deve "considerar as coisas sempre do ponto de vista da dignidade do homem, que transcende o simples jogo dos fatores econômicos".

Em uma crítica, ainda que indireta, à corrupção, ao dizer que é preciso "formar nas classes políticas e empresariais um autêntico espírito de veracidade e de honestidade", o papa foi novamente aplaudido pelos bispos.

A cerimônia, que contou com a apresentação dos corais Lírico e Paulistano e da Orquestra Sinfônica de Heliópolis, reuniu cerca de 250 bispos. Alguns deles, de câmaras digitais em punho, não perderam a oportunidade de fotografar o papa, quando ele entrou, a passos rápidos, pelo corredor central da catedral.

"Foi um discurso forte, de encorajamento e de firmeza", avaliou dom Felippo Santoro, bispo de Petrópolis (RJ), após o encontro.

Para ele, o discurso do papa nesta tarde, "coloca a pauta do que o papa deve falar em Aparecida na Celam", durante a Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, que começa domingo.

O bispo-auxiliar de São Paulo, dom Manuel Parrado Carral, viu no discurso "um grande encorajamento a todos nós bispos do Brasil para continuarmos trabalhando com afinco na evangelização".

Carral lembrou que o trabalho missionário "sempre foi uma característica da Igreja e continuará a ser e, com muito mais afinco".

O papa foi recebido do lado de fora da catedral por cerca de 10 mil pessoas. Ele já chegou com um dos vidros do papamóvel abaixado e fez questão de cumprimentar o público antes de entrar na catedral.

Sempre aparentando boa disposição, o papa cumprimentou diversos bispos ao final do encontro.





Fonte: Terra

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