<b>Aspirina pode prevenir câncer intestinal, diz estudo</b>
Segundo os autores do estudo, publicado na revista médica The Lancet, uma dose de 300 mg por dia, durante cinco anos, se mostrou suficiente para reduzir o risco da doença em 74% nos dez a 15 anos subseqüentes.
O uso prolongado da aspirina geralmente não é recomendado por causa do risco de problemas estomacais, mas os cientistas defendem que o medicamento pode ajudar as pessoas com alto risco de desenvolver o câncer de instestino.
"Indivíduos que tiveram alguém na família com a doença não vão ser prejudicados se tomarem aspirina", disse Peter Rothwell, o chefe da equipe de pesquisadores. "Eles podem até apresentar sangramento estomacal, mas vão se beneficiar mais com a redução do risco de câncer."
Voluntários
Os cientistas analisaram os resultados de dois grandes testes realizados na Grã-Bretanha, entre os anos 70 e 80.
Esses testes envolveram mais de 7,5 mil voluntários, que receberam diferentes doses diárias de aspirina ou um placebo durante cinco a sete anos.
Os voluntários foram então acompanhados por até 20 anos, e as mortes por câncer intestinal também eram registradas.
Segundo a equipe de Oxford, são necessários pelo menos dez anos para observar o efeito da aspirina, pois este é o tempo que leva para que formações pré-cancerígenas se desenvolvam em câncer.
Os pesquisadores descobriram ainda que o efeito protetor da aspirina é consistente, independentemente da idade, do sexo ou da origem étnica do paciente.
Recomendação
A cada ano, cerca de 35 mil pessoas são diagnosticadas com a doença na Grã-Bretanha, e outras 16 mil morrem em decorrência dela.
Por isso, entidades que trabalham na luta contra o câncer elogiaram a pesquisa da Universidade de Oxford.
"Este estudo é muito interessante e confirma o que já se sabe sobre a relação entre a aspirina e o desenvolvimento de pólipos e câncer no intestino", disse Rob Glynne-Jones, médico-conselheiro da Bowel Cancer UK.
"Mas estas descobertas não significam que qualquer pessoa deve começar a tomar aspirina nesta quantidade, pois temos que levar em conta os riscos de efeitos colaterais", alertou.
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