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Economia
Sexta - 11 de Maio de 2007 às 05:04
Por: Jeferson Ribeiro e Denise Menc

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A Petrobras acertou com Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) na noite desta quinta-feira que transferirá o controle das refinarias Gualberto Villaroel, na província de Cochabamba (centro), e Guillermo Elder, em Santa Cruz (leste), para a estatal boliviana por US$ 112 milhões. Contudo, a Bolívia não especificou como fará esse pagamento. Há apenas o compromisso de que quando o controle acionário for transferido oficialmente, 50% do valor será pago.

Dois meses após o processo de transição operacional, a Bolívia pagaria o restante do valor. Porém, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse que não há um compromisso fixo para o tempo dessa transição e que o país vizinho não explicitou se pagará a indenização pelas refinarias em dinheiro, em gás ou em qualquer outra forma. "Tudo é possível, inclusive receber o pagamento em gás, isso não está especificado", disse o ministro.

Rondeau disse que o valor estipulado pela vendas das refinarias atende aos interesses da Petrobras e que a estatal nunca pediu um valor acima dos US$ 112 milhões. A estatal brasileira comprou as refinarias por US$ 104 milhões, em 1999. A empresa já teria investido aproximadamente US$ 78 milhões nessas plantas.

O ministro afirmou também que não sabe como a Petrobras vai gerir os próximos investimentos na Bolívia e nem se haverá prejuízo a esses novos recursos. Rondeau garantiu, porém, que em nenhum momento a saída da Petrobras do controle das refinarias comprometerá o abastecimento de gás natural ao País. Hoje, o Brasil importa cerca de 26 milhões de metros cúbicos por dia.

Mais cedo, o presidente Evo Morales havia dito que, graças a uma intervenção de Lula, as negociações estavam perto de um "final feliz". O preço a ser pago pela estatal YPFB pela recompra das refinarias já era motivo de discórdia entre os dois paises há algum tempo. Até a semana passada, o Brasil vinha insistindo no diálogo como forma de solucionar o problema.

No entanto, o anúncio da nacionalização das exportações de derivados de petróleo, feito por Morales no último domingo, provocou uma mudança de estratégia por parte dos brasileiros. Na segunda-feira, o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, deu um ultimato à Bolívia, ameaçando recorrer à arbitragem internacional caso o país rejeitasse a oferta final da Petrobras.

Juntas, as duas refinarias processam 40 mil barris diários. Sua compra pela YPFB faz parte da política de nacionalização do setor de hidrocarbonetos promovida pelo governo boliviano.




Fonte: Terra

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