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Quinta - 10 de Maio de 2007 às 15:32

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G1 - O presidente da Associação de Parentes das Vítimas do Vôo 1907, Jorge André Cavalcante, disse que a decisão da Polícia Federal de Mato Grosso pelo indiciamento dos pilotos do jato Legacy, os norte-americanos Joe Lepore e Jan Paladino, foi um sinal que será feita Justiça no caso.

Mais de sete meses após o acidente com o Boeing da Gol, a PF concluiu o inquérito mantendo os indiciamentos dos dois pilotos norte-americanos, e sugerindo que as instâncias competentes investiguem e punam os controladores de vôo. A PF não pôde indiciá-los porque eles são militares. O caso deverá ser levado para o Ministério Público Militar e para a Justiça Militar.

A colisão do avião da Gol com o Legacy, ocorrida em 29 de setembro do ano passado, provocou a queda do Boeing em Mato Grosso e as 154 pessoas que estavam a bordo morreram. O jato fez um pouso de emergência no Pará e os sete ocupantes saíram ilesos.

"É impressionante como as famílias tinham a sensação de que realmente os pilotos seriam indiciados. O delegado Renato Sayão (PF) foi muito firme na decisão dele", disse Cavalcante.

Ele conversou com parentes de outras vítimas desde que soube da decisão da PF e disse que o indiciamento dos pilotos foi um alento para todas as famílias. "Muitos ainda não absorveram o que aconteceu e isso é natural. Posso afirmar que todos estão com a sensação de que foi feita Justiça. Ela demorou, mas foi gratificante ouvir a PF emitir uma decisão como essa", afirmou.

Em abril, Theo Dias e o outro advogado dos pilotos, José Carlos Dias, produziram um relatório apontando que a principal causa do choque entre o Boeing da Gol e o jato Legacy foi a falha do sistema de controle de tráfego aéreo.

O presidente da associação disse ao G1 que os familiares das vítimas do acidente foram convidados pela Aeronática para uma reunião, em Brasília, no próximo dia 19. "Segundo o convite, vamos ver uma simulação dos vôos do Boeing da Gol e do Legacy até o momento do choque", disse Cavalcante.

Cerca de 50 famílias já foram mobilizadas para participar do encontro com representantes da Aeronáutica. "São parentes do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Recife, de Goiás e do Rio Grande do Sul. Será um passo muito importante para nós."

Jorge André Cavalcante afirmou que um especialista em acidentes aéreos da Aeronáutica também estará presente e que vai tirar as dúvidas dos familiares sobre o caso. "Nos será mostrado o momento exato da morte dos passageiros. Saberemos como e quando isso aconteceu. Essa foi uma de nossas primeiras perguntas quando soubemos do acidente."

Para ele, essa era mais uma das principais dúvidas que incomodavam os familiares das vítimas do acidente. "Teremos mais essa chance de esclarecer esse momento. Não sabemos quem é o especialista convocado pela Aeronáutica, mas sabemos que temos esse direito."

Homenagem

No dia 29 de maio, quando o acidente irá completar o oitavo mês, 154 árvores deverão ser plantadas em homenagem às vítimas do acidente com o Boeing da Gol. "Esse foi um pedido que fizemos ao Ministério Público Federal do Distrito Federal. Serão plantadas no Jardim Botânico uma muda de árvore para cada vítima", disse Cavalcante.

A associação ainda espera uma decisão dos índios da região da Serra do Cachimbo sobre a autorização para a construção de um memorial no local da queda do Boeing da Gol. "A conversa está encaminhada e só falta o posicionamento definitivo para fazermos o memorial. A Força Aéra Brasileira (FAB ) já nos ofereceu um avião militar para chegarmos ao local", afirmou Cavalcante.





Fonte: G1

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