Sexo oral aumenta risco de câncer de garganta, diz estudo
O estudo sugere que o papilomavírus humano (HPV) contraído através desse tipo de contato sexual pode causar certos tipos de câncer de garganta – que afeta as amídalas, a língua e a garganta - em homens e mulheres.
O estudo diz que o risco aumenta conforme o número de parceiros. Segundo o estudo, o risco é nove vezes maior, por exemplo, para pessoas que relataram fazer sexo oral com mais de seis parceiros diferentes.
O estudo, publicado na revista The New England Journal of Medicine, foi realizado com 300 pessoas.
Os médicos já sabiam que infecções do vírus HPV são a causa da maioria dos cânceres cervicais. Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas pelo menos uma vez na vida.
Fatores de risco
A maioria das infecções desaparece sem maiores conseqüências quando tratadas, mas algumas pessoas contraem variantes mais perigosas do vírus e podem acabar desenvolvendo câncer.
Os pesquisadores encontraram a variante HPV16 – uma das que mais causa câncer – presente em tumores de 72% dos pacientes analisados.
No caso da ligação entre o HPV e o câncer de garganta, o vírus se mostrou um fator de muito maior risco do que, por exemplo, o fumo ou o consumo de álcool.
Segundo os pesquisadores, o sexo oral é a forma mais comum de transmissão do HPV, mas o contágio através do beijo também não pode ser descartado.
“É importante para profissionais da saúde saber que pessoas sem os riscos tradicionais como tabaco e álcool podem mesmo assim desenvolver o câncer orofaríngeo”, disse Gypsyamber D’Souza, que coordenou a pesquisa.
Vacina
Segundo a co-autora do estudo, Maura Gillison, no entanto, “as pessoas deveriam ser asseguradas de que o câncer orofaríngeo é relativamente incomum e a grande maioria das pessoas com uma infecção oral de HPV não desenvolverá o câncer de garganta”.
Uma vacina que protege contra as variantes 6, 11, 16 e 18 do HPV já está disponível e os pesquisadores disseram que o resultado do estudo reinforça a necessidade de inocular jovens e adolescentes.
Mas ainda não se sabe se a vacina realmente protege contra a infecção oral causada pelo papilomavírus.
Para Julie Sharp, da ONG Cancer Research UK, “há evidências conflitantes sobre o papel do HPV e esse tipo raro de câncer na boca”.
“Como esse foi um estudo pequeno, ainda são necessárias mais pesquisas para confirmar essas observações.”
“Nós sabemos que, após a idade, as principais causas de câncer de boca são fumar, mastigar tabaco e beber álcool em excesso.”
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