Avançam relações entre tabagismo e Alzheimer
O jornal Le Figaro publica algumas conclusões do estudo, que parte de um anterior publicado há dois anos, e consiste em identificar neurônios cerebrais nos quais se alojam receptores de nicotina. Estes, hospedados numa área profunda do cérebro, interessam aos neurologistas, porque, segundo eles, é onde se deve atuar para combater o efeito de drogas como a nicotina.
Os especialistas se concentraram na exposição de ratos de laboratório à nicotina e afirmam ter descoberto um novo mecanismo por meio do qual essa substância desencadeia um equilíbrio sutil entre vários receptores, denominados Beta 2 e Alfa 7. Nos ratos normais, a exposição crônica à nicotina não causa dependência, mas em alguns modificados geneticamente e que carecem do receptor Beta 2, o Alfa 7 é afetado.
Os cientistas acham que o resultado poderia ser aplicado aos seres humanos, por considerar que há uma espécie de "equilíbrio funcional" entre os vários tipos de receptores de nicotina. Isso poderia facilitar uma estratégia farmacológica de luta contra o tabagismo, mas também atuar sobre o "sistema de recompensa" do cérebro dos pacientes de Alzheimer, autismo e esquizofrenia.
Nessas pessoas, o tabagismo, que produz a nicotina, seria uma forma de automedicação que demonstraria a ação de um mecanismo compensatório em determinados receptores cerebrais.
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