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Família conseguiu na Justiça duas liminares determinando a internação imediata, mas nenhuma delas foi cumprida
Recém-nascido morre por falta de UTI
O recém-nascido Pedro Henrique, de apenas dois dias de vida, morreu à espera de uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Ele estava internado no Pronto-Socorro de Várzea Grande e a família dele acusa a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde de negligência. A Justiça expediu duas liminares, exigindo a internação imediata, mas nenhuma delas foi cumprida.
Pedro Henrique nasceu prematuro de 37 semanas e com problemas no aparelho respiratório. Desde o momento que nasceu precisava ser encaminhado para uma UTI Neonatal para conseguir sobreviver. “A médica falou que sem UTI ele não iria sobreviver, ainda cuspiu na nossa cara que se ele morresse seria responsabilidade da família”, afirmou a tia-avó da criança Dayane Santos Fernandes.
Segundo Dayane, no mesmo dia em que Pedro nasceu, na madrugada de quarta-feira (10), a família procurou internar a criança em uma Unidade de Terapia Intensiva. Sem êxito, eles buscaram a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. “Nós conseguimos uma liminar, mas ela não foi cumprida. Voltamos e conseguimos uma nova decisão que era para ser cumprida até as 21 horas da noite de quinta-feira (11).”
A família relatou que os funcionários do pronto-socorro ficaram jogando a culpa de um lugar para o outro e não resolveram o problema. “Fomos até a assistente social, ela mandou falar com a plantonista, a plantonista disse que a culpa é da prefeitura ou do governador Silval Barbosa. Eu só queria que alguém me falasse com quem eu precisava falar para salvar meu querido”.
A corrida contra o tempo da família continuou durante a sexta-feira e até um Boletim de Ocorrência foi registrado na Central de Registro de Ocorrências de Várzea Grande para tentar viabilizar uma vaga para Pedro Henrique. Até as 15h de ontem, o bebê já havia tido três paradas cardíacas, mas ainda resistia bravamente.
Por volta das 15h30, a criança morreu. Aos prantos, a tia-avó do bebê afirmou que outras crianças do município estavam passando pela mesma situação. “Eles ficam querendo aparecer bem para fora, enquanto nós ficamos cada vez mais desassistidos. Quem matou o nosso bebê foi a Copa, ou melhor, quem está organizando ela e esqueceu do resto. Eu posso esperar no alto dos meus 25 anos de idade, mas ele (Pedro Henrique)aguentou o quanto podia.”
A assessoria de Várzea Grande afirmou que realmente não tinha as vagas, mas que havia conseguido o remanejamento da criança para uma unidade do Hospital Santa Rosa em Cuiabá, porém já era tarde de mais.
Fonte:
Do Diário de Cuiabá
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