Avanço de cultos evangélicos preocupa o Papa
Bento XVI disse que "o avanço das seitas (evangélica) significa que há uma sede de Deus" e que a missão da Igreja e dos católicos é "oferecer seu testemunho para que todos juntos encontrem um caminho que ofereça condições de vida mais justas para estas pessoas".
O Papa desejou que na cúpula da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Celam) possam ser estabelecidas "as diretrizes para oferecer este caminho às pessoas que têm sede de Deus e de religião".
Sobre a Teologia da Libertação, à qual Bento XVI sempre se opôs desde quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé - antigo Santo Ofício -, o Papa disse que a nova realidade gera novas demandas para o trabalho da Igreja.
"A mudança da situação política na América Latina propiciou também a mudança substancial da doutrina que prega a Teologia da Libertação. A doutrina social da Igreja marca o caminho para criar as condições humanas dignas e de justiça social", afirmou. Para o Papa, o magistério da Igreja não pretendeu destruir o sentido de justiça social, mas reconduzi-lo pelo caminho justo.
Por outro lado, Bento XVI afirmou estar convencido de que no Brasil, a maior nação católica do mundo, com 155 milhões de fiéis, "é decidido, em parte, o futuro da Igreja Católica". E acrescentou que estudou atentamente a história do país e da evolução da fé católica, "que foi perseguida no final do século XIX por forças 'neoliberais'". O Pontífice também manifestou interesse pelas culturas indígenas.
Ao responder sobre alguns dos problemas enfrentados pela América Latina, o Papa disse que "o problema da droga surge devido à falta de esperança no futuro", e que, em relação à violência, "os católicos podem ajudar a erradicá-la".
O Papa se mostrou muito feliz porque chegou o momento de visitar o continente católico e expressou seu desejo de que se transforme "em um continente exemplar onde sejam resolvidos os grandes problemas da humanidade".
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