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Apenas os equipamentos de Anderson Couto foram retirados do interior do presídio porque não há agentes suficientes para fazer revista
PCE apreende videogame e celular
Dois dias após as mordomias de detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE) vir à tona, com a divulgação de fotos tiradas de dentro na unidade e postadas no Facebook - onde presos aparecem se divertindo com videogame e cigarros que aparentam ser de maconha -, somente os aparelhos eletrônicos de um reeducando foi apreendido, nesta sexta-feira (12).
Anderson Couto de Araújo, o rapaz de 26 anos que vinha postando fotos na rede social do dia-a-dia da vida prisional desde março deste ano, teve o seu celular com internet e videogame confiscados pelas autoridades, além de ter sido colocado em isolamento por dez dias.
A decisão em isolar o reeducando foi determinada na quinta-feira (11) pelo juiz da 2ª Vara Criminal, Geraldo Fernandes Fidelis Neto.
Até o final da tarde desta sexta-feira (12), a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) não tinha informações se mais aparelhos haviam sido apreendidos.
Por meio da assessoria, a Secretaria argumentou que, em virtude do baixo número de agentes atuando, devido à greve da categoria, as vistorias nas celas ficam comprometidas, mas que, mesmo assim, os trabalhos prosseguem.
Foi instaurada uma sindicância pela Sejudh para investigar de que forma os aparelhos eletrônicos entraram na unidade prisional, como também se houve facilitação dos agentes para que os equipamentos chegassem às mãos dos presos.
A assessoria ressaltou que os agentes em atividade também estão tentando identificar os detentos que aparecem nas fotos com Anderson.
As imagens mostram o reeducando e seus colegas em situações de descontração na Penitenciária Central do Estado (PCE) – tida como a de maior segurança no Estado.
Nas postagens, Anderson utiliza gírias como “F1” (o que seria equivalente a fumar um baseado), nas fotos em que aparece, na companhia dos colegas, fumando um cigarro que aparenta ser de maconha.
O detento foi condenado há mais de 16 anos pelos crimes de homicídio e roubo.
A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT) informou que já cobrou providências do governo do Estado para que o impasse a respeito da greve dos agentes – que já dura mais de uma semana - seja resolvido, mas ressaltou que o problema da entrada de aparelhos eletrônicos nos presídios do Estado é antigo.
“A ausência dos agentes penitenciários e de maior efetivo da polícia em apoio aos que estão trabalhando causam indisciplina na prisão. É inadmissível um preso ter celular dentro da cadeia, porém, isso acontece há muito tempo", pontuou o presidente da OAB-MT, Maurício Aude.
Fonte:
Do Diário de Cuiabá
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