Proprietários na divisa MT/PA estão preocupados com abandono de estrada
Carlos José Carvalho, que é proprietário de uma pousada na região, conta que já chegou a levar um dia inteiro para fazer o trajeto de pouco mais de 100 quilômetros de Alta Floresta até sua pousada. Ele teme que a situação crítica das estradas afugentem os turistas que vêm visitar a região em busca de descanso. “O turista não vem para a minha pousada, só, ele vem para Alta Floresta e assim fica difícil”, relata o empresário.
Por estar localizada na divisa dos dois estados, a estrada ficou abandonada. O município nunca assumiu a responsabilidade pela sua conservação, mesmo sabendo que os proprietários de terra na localidade são empresários ou moradores de Alta Floresta. Toda a riqueza e impostos arrecadados nessas propriedades são recolhidos no município, que não ofereceu, até então, o apoio necessário em termos de infra-estrutura.
Preocupados em sensibilizar a administração altaflorestense, os proprietários levaram dezenas de fotos, revelando o calvário sofrido no trajeto até o local. Eles se reuniram e, com esforços próprios, iniciaram os trabalhos de restauro. Porém, dependem de auxílio externo. Conseguiram a promessa de liberação de 20 mil litros de óleo diesel. Esse montante atende a realização de um trabalho paliativo. Na opinião de Carvalho, o ideal seria uma ação que impedisse a formação de atoleiros nos próximos anos, com praticamente a reabertura da estrada.
Carlos cita que o transporte de gado fica inviabilizado no período chuvoso. São dezenas de proprietários que geram economia para o município e o estado, que já viram na iminência de fazer o transporte de gado de maneira rústica, através de comitivas. Estima-se que mais de 100 mil cabeças de gado são criadas na região.
Além da reunião com a prefeita de Alta Floresta, o grupo pretende procurar instituições e pessoas ligadas ao governo do Estado.
“A gente quer que o turista venha e faça um tour pela cidade, não só na minha pousada, que venha, que gaste aqui. Só que a gente precisa de estrada, não tem como trabalhar sem estrada”, ressaltou.
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