Explosão de carro-bomba mata ao menos 16 em cidade xiita
Kufa fica perto da cidade sagrada de Najaf, 160 km ao sul de Bagdá, e é considerada um bastião do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr e do grupo armado leal a ele, o Exército de Mehdi. A milícia é apontada como responsável por várias ações contra sunitas.
"Eu vi o microônibus passando pela multidão. O motorista tentou estacionar o veículo e ele explodiu. Havia muitos corpos", afirmou Mohan Ali à agência de notícias Reuters.
De acordo com Salem Nima, assessora de imprensa do Departamento de Saúde de Najaf, a explosão matou 16 pessoas e feriu outras 70.
O ataque atingiu um restaurante da região, quebrando janelas, derrubando mesas e deixando morto e muitos feridos. "Ao menos seis pessoas morreram dentro do restaurante. Há poças de sangue no chão", afirmou Ali al Hamadani, proprietário do restaurante, à Reuters.
O porta-voz da Província, Ahmed Duaibi, atribuiu o ataque de hoje à rede terrorista Al Qaeda.
No mês passado, uma ação suicida atribuída à rede matou 60 pessoas e feriu outras 170 em uma das principais mesquitas xiitas na cidade sagrada de Kerbala.
Mais violência
Nesta segunda-feira, a explosão de dois carros-bomba contra um mercado e uma delegacia de polícia em Ramadi, 110 km a oeste de Bagdá, matou ao menos 20 pessoas.
A primeira ação, ocorrida em um mercado público, ocorreu por volta do meio-dia (5h de Brasília), matando dez civis e ferindo outras 30, de acordo com a agência Associated Press.
Cerca de 15 minutos mais tarde, um segundo ataque atingiu uma delegacia de polícia, matando cinco policiais e cinco civis, além de deixar outros dez feridos.
O Exército dos EUA tenta há anos, sem sucesso, controlar a violência em Ramadi, capital da Província de Anbar, considerada um bastião insurgentes no Iraque.
Também nesta segunda-feira, cinco pessoas morreram e duas ficaram feridas em Baiyaa, região sunita e xiita do oeste de Bagdá que vem sendo alvo de crescente tensão sectária.
A violência também atingiu o norte de Bagdá, para onde muitos insurgentes seguiram após o início da operação de segurança liderada pelos EUA na capital, em 14 de fevereiro.
Em Baquba, bastião insurgente do nordeste de Bagdá, uma explosão matou dois soldados iraquianos e feriu outros três. Cerca de seis horas mais tarde, homens armados atacaram uma delegacia da cidade, matando dois policiais e ferindo outros dois.
Forças de segurança iraquianas vêm sendo alvos freqüentes de ataques de insurgentes.
Baixas
Ontem, os Estados Unidos alertaram para o risco de que seu Exército sofra mais baixas no Iraque nas próximas semanas devido aos esforços no combate à insurgência.
"Chegamos a um ponto em que o plano de segurança em Bagdá está se intensificando em algumas regiões mais difíceis, e é possível que haja aumento nas baixas", disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.
As forças de segurança dos EUA e do Iraque deram início a uma grande operação de segurança em meados de fevereiro que é considerada a última tentativa para evitar a derrocada final do Iraque para uma guerra civil total entre a maioria xiita e a minoria sunita.
Desde então, explosões e ataques suicidas se acirraram em outras regiões do país.
O mês de abril foi um dos mais mortíferos para tropas americanas no país desde o início do conflito, em março de 2003, com um saldo de ao menos cem mortos.
Comentários