Furacão: acusado se nega a falar em depoimento

O primeiro depoimento ouvido hoje pela juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, foi o de João Oliveira de Farias, apontado como o tesoureiro de Aniz Abrahão David, o Anísio, e Ailton Guimarães, o Capitão Guimarães. Durante o interrogatório, Farias disse que recorreria ao direito constitucional de ficar calado porque seu advogado, Manuel de Jesus Soares não teve acesso aos áudios feitos pela Polícia Federal.

Sócio da Scorpion Lan House, João Oliveira de Farias atuaria como operador da organização criminosa para pagar propinas. Ele teria tentado sacar às pressas R$ 1,25 mi.

Ainda hoje, a juíza ouviria o depoimento de Marcelo Kalil Petrus, filho do contraventor Antônio Petrus Kalil, o Turcão, também preso durante a Operação Furação, da Polícia Federal. Marcelo está foragido.

Marcelo Kalil é dono da empresa Abraplay e estaria ocupando o espaço de seu pai como um dos líderes da organização. Ele teria pago propina de R$ 150 mil ao desembargador Carreira Alvim para liberar máquinas da empresa.

A operação desarticulou, no início de abril, uma quadrilha de contraventores, delegados e magistrados acusados de crimes como corrupção, tráfico de influência e envolvimento com jogos ilegais. A investigação mostrou a relação entre bicheiros, a polícia e a Justiça no Rio de Janeiro. Além da prisão preventiva dos acusados, a Polícia Federal apreendeu dinheiro e artigos de luxo que estavam em posse dos suspeitos, como jóias, veículos importados, armas e munições.