Conservador Nicolas Sarkozy é eleito presidente da França
Segundo resultados do ministério francês do Interior (que não incluem os votos dos franceses fora do país), Sarkozy obteve 53,06% dos votos e sua rival, a candidata socialista Ségolène Royal, 46,94%, no segundo turno realizado neste domingo.
A taxa de participação, estimada entre 85% e 86%, segundo todos os institutos de pesquisa, foi uma das mais altas já registradas na França.
A ampla vantagem de Sarkozy sobre sua adversária, segundo analistas, conforta a legitimidade da vitória do candidato da direita, que obteve um dos melhores resultados registrados em eleições presidenciais no país, próximo ao de François Mitterrand em 1988.
O desempenho de Jacques Chirac nas últimas eleições, 82,2% não é realmente levado em conta para efeitos de comparação, porque seu adversário no segundo turno foi o líder da extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, fato que motivou um grande mobilização nacional a favor de Chirac.
Sarkozy assumirá a Presidência da França no dia 16 de maio.
'Direita moderna'
Sarkozy, afirmam analistas, conseguiu virar uma página da vida política do país, representando o que os franceses chamam de "direita moderna, liberal e sem complexos", ou seja, sem o temor de assumir valores da direita, como a ordem, o mérito e a autoridade.
O presidente eleito afirmou em seu discurso que o povo francês "optou por mudanças". Ele prometeu realizá-las "em um espírito de união e de fraternidade, sem que ninguém tenha o sentimento de ser excluído".
O novo presidente eleito afirmou respeitar sua rival socialista e suas idéias às quais tantos franceses se identificaram.
"Meu pensamento vai a todos os franceses que não votaram em mim. Digo-lhes que além do combate político e das divergências de opiniões, há para mim somente uma França", disse Sarkozy.
Considerado por seus opositores como alguém que poderia dividir a sociedade francesa, Sarkozy procurou em seu discurso ressaltar o sentimento e a necessidade de união nacional.
Sarkozy pediu a todos os franceses que se unam a ele, independentemente de seus partidos, origem ou credos religiosos, para que a França possa realizar as mudanças necessárias para aumentar seu dinamismo.
O presidente eleito também é considerado por seus críticos como tendo uma postura muito pró-americana. Em seu discurso nesta noite, Sarkozy disse que "uma grande nação como os Estados Unidos não pode criar obstáculos à luta contra o aquecimento global".
E acrescentou que a "França fará do combate contra as mudanças climáticas seu primeiro combate".
Segolène Royal reconheceu sua derrota, mas afirmou que continuará seu combate político e também a renovação da esquerda francesa.
"Mantenham a confiança. Outros compromissos democráticos nos esperam e tenho certeza de que o trabalho iniciado dará frutos", afirmou a socialista se referindo às eleições legislativas em junho próximo.
O discurso de Royal, na Casa da América Latina, em Paris, durou apenas cerca de cinco minutos.
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