"Soldados da borracha" poderão receber benefícios iguais aos de ex-combatentes da 2ª Guerra Mundial
Apresentada pela deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) em 2002, a proposta contemplará os soldados recrutados no Nordeste nos anos de 1942 a 1943, pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia. Na época, os seringueiros tinham uma função estratégica de coletar borracha para a indústria bélica norte-americana. Foram recrutados cerca de 60 mil soldados e mais de 30 mil morreram na floresta.
Segundo Vanessa Grazziotin, "existem aproximadamente 10 mil soldados vivos e esse número muda ano a ano, pois eles já têm idade avançada".
Sobre a possibilidade de parentes receberem o benefício dos "soldados da borracha", a deputada disse acreditar que o foco central da proposta não é esse. Lembrou que "as esposas destes soldados também já têm uma idade avançada e para que os filhos recebam o benefício é preciso serem menores de 21 anos ou terem alguma deficiência física".
Manoel Agostinho da Silva foi "soldado da borracha" e hoje, aos 83 anos, vive com uma aposentadoria no valor de dois salários mínimos. Conta que vivia em Morada Nova, no Ceará, quando foi recrutado para ser seringueiro na floresta amazônica: "Naquela época o destino era o seringal, cortar a seringa e tirar castanha... Quem mandava eram os coronéis. A gente já entrava devendo – para sair de lá tinha que trabalhar bem".
Atualmente, segundo Agostinho, apenas dois amigos daquela época ainda estão vivos.
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