Champinha diz que fugir de Febem foi "fácil"
A notícia foi divulgada neste sábado (5) pela “Folha de S. Paulo”.
Segundo o jornal, a polícia informou que o jovem chegou a menosprezar o sistema de segurança da fundação. “Eu vi a escada e subi”, narrou.
Champinha usou uma escada deixada por empregados que reformavam o local para pular o muro de seis metros da Unidade Tietê, junto com um adolescente de 17 anos.
A investigação policial aponta até agora indícios de negligência de funcionários.
A possibilidade de facilitação de fuga continua sendo apurada pela polícia e pela fundação, que afastou o diretor do local e outros 19 agentes.
No depoimento que prestou à polícia da Unidade de Atendimento Inicial (UAI) da Febem o interno negou que teve ajuda de funcionários para escapar.
O rapaz comentou que ele e o colega aproveitaram o descuido de um único vigia no local, que cuidava de três internos, quando este foi ler uma carta de um outro jovem.
Para a polícia, a versão de que havia roupas do lado de fora da unidade à espera dos fugitivos, como disse a Febem reforçando a tese de fuga premeditada, perdeu força. Quinze pessoas já foram ouvidas pela 1ª Delegacia Seccional Centro.
Nenhum depoimento sugere ter havido conivência dos funcionários.
Fuga
Na noite da quarta-feira (2), Champinha, companhado de um adolescente de 17 anos, fugiu em uma escada da Unidade Tietê do Complexo Vila Maria da Febem. Ele chegou a andar de metrô e ônibus e ficou escondido em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, onde foi encontrado pela polícia na madrugada da quinta-feira (3).
Champinha ficou conhecido após ser internado na Febem pelo assassinato da adolescente Liana Friedenbach, de 16 anos, e pelo planejamento da morte do namorado da jovem, Felipe Silva Caffé, de 19 anos. O crime ocorreu em 2003 na cidade de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo.
R$ 12 mil
A Secretaria de Justiça e a Fundação Casa (antiga Febem) devem gastar pelo menos R$ 12 mil mensais para manter o jovem em segurança na Unidade Experimental de Saúde, na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo.
Em média, gasta-se R$ 2 mil com cada adolescente infrator.
No fim da tarde de quinta-feira (3), o juiz Trazíbolo José Ferreira da Silva negou o pedido do governo do Estado de São Paulo de enviar Champinha para a Casa de Custódia de Taubaté.
Recurso na Justiça A Secretaria de Justiça do estado de São Paulo deixou para protocolar no início da próxima semana o recurso contra a decisão do juiz Trazíbolo José Ferreira da Silva, da Vara de Execuções da Infância e Juventude de São Paulo, de enviar Champinha para a Unidade Experimental de Saúde da Febem.
A Secretaria de Justiça quer que Champinha seja encaminhado para a Casa de Custódia de Taubaté (a 130 km de São Paulo) alegando que o local poderia oferecer tratamento psiquiátrico adequado ao jovem, que fugiu da unidade da Vila Maria na quarta-feira (2).

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