Diretores de cadeias defendem que presos trabalhem no cumprimento da pena

Diretores de presídios e cadeias públicas discutem soluções dos problemas carcerários do Estado. Eles participam do III Encontro de Diretores de Unidades Prisionais de Mato Grosso, que este ano tem como tema a "Modernização do Sistema Prisional, promovendo a reintegração do reeducando à sociedade". Para o Sistema Prisional, uma saída para a superpopulação é colocar o preso para trabalhar.

O desafio de modernizar o sistema prisional passa por três pontos considerados essenciais. "Nós temos que investir em equipamentos, melhorias nos prédios que abrigam as unidades prisionais e também tentar o máximo possível chegar dentro do que pede a Lei de Execuções Penais no tangente à ressocialização e cumprimento das regras impostas pela lei", explica o superintendente do Sistema Prisional de Mato Grosso, Domingos Sávio Grosso.

Durante três dias, palestras vão colocar os diretores em contato com ferramentas de trabalho. A meta é priorizar a reintegração de detentos à sociedade. O processo deve começar ainda nas unidades e as iniciativas que deram certo servem de exemplo. É o caso de um projeto de trabalho desenvolvido na Cadeia Pública de Mirassol D'Oeste. "Nós estamos hoje trabalhando com oficinas, marcenarias, costura de bolas, fábricas de fraldas semi-artesanais", explica o diretor da cadeia, Claudiomiro Lima.

Não dá para falar em modernização sem falar em um problema antigo e crítico no Estado, que é a superlotação das cadeias e presídios. Hoje o Sistema Prisional tem vagas apenas para metade da atual população carcerária. "Você pode diminuir o número de presos dentro de uma cela, se eles estivessem fora da cela, trabalhando, desenvolvendo trabalhos para a comunidade ou para órgãos públicos", completou Domingos Sávio.