Brinquedo com som pode causar perda da audição, diz estudo
A fonoaudióloga Pricila Sleifer analisou 73 brinquedos. O estudo concluiu que 88,7% deles emitiam um barulho acima do permitido pela lei, que estabelece o limite de 85 decibéis.
A pesquisadora comprou os brinquedos no mercado informal. Foram estudados carrinhos de polícia e de bombeiros, instrumentos musicais eletrônicos, entre outros produtos.
Ela diz que escolheu como fonte de estudo o mercado informal porque a maioria dos brinquedos sonoros vendidos em lojas tem selo de garantia de qualidade do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos).
Segundo Pricila, isso não ocorre com os produtos comercializados por camelôs. No estudo, concluído em abril, um carrinho de polícia chegou a registrar 123,6 decibéis --volume mais alto que o de uma motosserra (cem decibéis) ou de uma britadeira (110 decibéis).
Pricila diz que o uso contínuo dos brinquedos pode levar à surdez irreversível e causar danos à fala das crianças. "Como esses brinquedos são destinados a crianças muito pequenas, podem comprometer a audição e também a fala. Os déficits auditivos geram alterações irreversíveis, que podem prejudicar o processo de aprendizado como um todo", afirma.
Para ela, na hora de adquirir os produtos, os pais devem testá-los, ligando os equipamentos e percebendo se o som é muito alto. "Deve prevalecer o bom senso dos pais no momento da compra." Também é necessário, segundo ela, que sejam estabelecidos limites "mais conservadores" para os níveis sonoros dos produtos eletrônicos destinados às crianças.
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