Floresta Amazônia é o novo alvo de "extinção" no mundo
Segundo o pesquisador, que participou do Zoneamento Econômico Ecológico da BR-163, estrada que liga Cuiabá a Santarém (PA), a ocupação territorial da Amazônia ainda é bastante desordenada e está baseada na demanda por infra-estrutura e por commodities regionais, como madeira, pecuária e soja. “O plantio da monocultura da soja já ocupa cerca de 40% de toda área plantada na Amazônia”, alerta Leandro.
Leandro explica que as emissões de gás carbônico na atmosfera, resultante da queima da floresta, contribuem para o aumento da temperatura do planeta e afetam diretamente o clima e o ecossistema da região. “Cerca de 74% das emissões brasileiras de gás carbônico são resultantes do desmatamento, que ocorre, em grande parte, na Amazônia”, afirma.
Segundo Leandro, o aumento de 2 a 3 °C da temperatura do planeta já seria o suficiente para ocasionar um colapso da floresta amazônica. “Estamos passando por uma nova onda de extinção”, alerta.
Para reverter este cenário pouco animador, Leandro ressalta a necessidade de se investir em atividades econômicas ecologicamente e socialmente mais sustentáveis. “Nós vivemos um impasse muito grande na região. Infelizmente, a maioria dos grandes projetos agro-extrativistas na Amazônia são pilotos e sobrevivem com subsídios governamentais”, explica. “Além disso, a nossa capacidade de transferência de renda é muito limitada”.
Segundo Leandro, a construção de um território sustentável depende da estruturação de um conjunto de áreas protegidas e de corredores, associados às áreas destinadas para atividades econômicas localizadas em locais adequados e respeitando o meio ambiente. Outro grande desafio apontado pelo pesquisador é a implantação de instituições de pesquisa e de centro de excelência em todas as regiões em desenvolvimento na Amazônia a fim de gerar mão de obra qualificada para trabalhar na região amazônica.
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