Assassino de Liana Friedenbach pediu dinheiro à família para fugir
O rapaz, atualmente com 20 anos, é o mentor do seqüestro e assassinato do casal de namorados Liana, 16, e Felipe Caffé, 19, ocorrido na cidade de Embu-Guaçu (Grande São Paulo), em 2003. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) impede a divulgação do nome de jovens que cometeram crimes quando tinham menos de 18 anos e estão sob custódia do Estado.
A Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) prendeu o jovem na casa de uma tia do adolescente de 17 anos que havia fugido com ele, no Jardim São Judas. Pouco tempo antes, o criminoso havia telefona para sua família --que mora em Embu-Guaçu-- e pedido dinheiro para fugir.
"Ele disse à família que mandaria dois amigos até a estação ferroviária de Ferraz, onde queria que o dinheiro fosse entregue", diz o tenente Marcelo Alves da Silva, que participou da operação. "[O jovem] não tinha um plano para fugir. Ele estava seguindo o outro fugitivo", diz o tenente.
Os dois adolescentes chegaram a Ferraz de Vasconcelos de trem. O tenente não soube explicar se ele tinha dinheiro para pagar a passagem ou como o havia conseguido. "Essa é uma boa pergunta", afirma.
Afastamento
Após a fuga do jovem, o secretário da Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey, determinou o afastamento do diretor da unidade onde ele estava e de cerca de outros 20 funcionários responsáveis pela segurança no local. Segundo a assessoria da pasta, o secretário não ficou satisfeito com as respostas dadas pelo diretor.
O rapaz fugiu usando uma escada para pular o muro de cerca de sete metros de altura, que dá acesso à marginal Tietê. Uma sindicância da fundação será instaurada para apurar como o jovem teve acesso à escada e porque não havia nenhum funcionário vigiando os dois internos. Ontem, Marrey disse que se tratava de incompetência ou de facilitação.
Liana e Felipe
Os estudantes Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé foram rendidos pelos criminosos enquanto acampavam em um sítio abandonado.
O casal mentiu sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela (litoral de São Paulo), com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.
Os namorados teriam passado a madrugada do dia 1º de novembro de 2003 sob o vão livre do Masp, na avenida Paulista (centro de São Paulo). Teriam ficado no local até as 5h do dia 1º, quando chegaram ao terminal rodoviário do Tietê (zona norte de São Paulo).
Liana e Felipe desembarcaram em Embu-Guaçu por volta das 9h. Na cidade, compraram macarrão instantâneo, água, biscoitos e leite em pó. De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.
Um dia após o casal ser abordado pelos criminosos, Felipe foi assassinado com um tiro na nuca. Ele estava em uma área de mata fechada, com um dos acusados presos --Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco--, enquanto Liana estava com o jovem, que na época tinha 16 anos.
Outras três pessoas foram presas sob acusação de envolvimento no crime: Antonio Matias de Barros, Antônio Silva e Aguinaldo Pires.
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