Polícia prende jovem que matou Liana Friedenbach
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) impede a divulgação do nome de jovens que cometeram crimes quando tinham menos de 18 anos e estão sob custódia do Estado.
Fuga
Ao menos dois internos teriam deixado a unidade do complexo Vila Maria pulando um muro. Havia uma escada encostada ao muro da fundação, de cerca de 6 metros, e nenhum vigia no local na hora da fuga.
Apesar de o tempo máximo de permanência do adolescente na fundação (três anos) já ter expirado, ele havia permanecido internado porque a Justiça o havia considerado incapaz de cuidar de si mesmo depois de atingir a maioridade civil.
Com a sentença, o jovem deveria ter ido para um hospital psiquiátrico em novembro do ano passado.
A Secretaria de Estado da Saúde, incumbida de indicar um estabelecimento para onde ele iria, sugeriu dois locais --as casas de custódia de Taubaté e de Franco da Rocha-- que acabaram rejeitados pela Justiça por serem destinados a adultos.
Sem dispor de uma instituição de saúde própria para adolescentes, a secretaria sugeriu, então, que ele fosse mantido na própria fundação, onde receberia tratamento de profissionais da saúde. O jovem deveria permanecer na Fundação Casa até a decisão final da Justiça.
Crime
Os estudantes Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé foram assassinados na região de Embu-Guaçu (Grande São Paulo), em novembro de 2003. Eles foram rendidos pelos criminosos enquanto acampavam em um sítio abandonado.
O casal mentiu sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela (litoral de São Paulo), com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.
Os namorados teriam passado a madrugada do dia 31 de outubro de 2003 sob o vão livre do Masp, na avenida Paulista (centro de São Paulo). Teriam ficado no local até as 5h do dia 1º, quando chegaram ao terminal rodoviário do Tietê (zona norte de São Paulo).
Liana e Felipe desembarcaram em Embu-Guaçu por volta das 9h. Na cidade, compraram macarrão instantâneo, água, biscoitos e leite em pó. De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.
Cinco pessoas foram detidas sob acusação de envolvimento no crime: um adolescente --na época com 16 anos--, Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, Antonio Matias de Barros, Antônio Silva e Aguinaldo Pires.
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