Mato Grosso do Sul quer participar da Copa 2014
O projeto é ousado. A intenção é transformar o estádio numa arena de múltiplo uso com três salas de cinema, teatro, área de convivência, museu do esporte e um shopping center, garantindo renda durante todos os dias e não somente quando há jogos. Além disso, o projeto visa garantir conforto, higiene e segurança ao público. “A família poderia ir junta ao estádio, mesmo que apenas o pai quisesse assistir ao jogo. Terá shopping e cinema. Um filme dura cerca de duas horas, mesmo tempo de uma partida”, diz o arquiteto.
Até elevadores seriam instalados para garantir o livre acesso ao estádio, que hoje está ‘abandonado’. Jogos do Campeonato Sul-mato-grossense (1ª e 2ª divisões) ainda são realizados no local e algumas salas que funcionam no estádio são usadas para aulas. Mas é só. Os freqüentadores mais assíduos do local são mesmo os morcegos.
Pela proposta de Sakai, todas as arquibancadas seriam substituídas por cadeiras numeradas. A geral (onde torcedores ficam em pé) seria extinta. Mas a capacidade para 45 mil torcedores não seria afetada, segundo ele.
Essas mudanças visam mais do que garantir o conforto, mas cumprir exigências da Fifa (Federação Internacional de Futebol) e do Estatuto do Torcedor para que o estádio possa sediar jogos da Libertadores e da Copa do Mundo.
Inaugurado em 7 de março de 1971, o Morenão nunca chegou a ter lotação máxima. O maior público registrado foi de 38.122 torcedores em 23 de fevereiro de 1978, quando o Operário – clube mais tradicional do Estado – fez 2 a 0 sobre o Palmeiras.
Conforto e segurança - O maior desafio será a criação de uma cobertura para proteger todos os torcedores do sol e da chuva, uma das exigências da Fifa. Conforme explicou o arquiteto, a cobertura não poderá estar ligada diretamente a estrutura já existente no estádio, que não suportaria o peso. A idéia é que a cobertura principal do estádio tenha um suporte independente, fixada na parte externa do estádio e curvada em direção ao campo, como uma espécie de capa de proteção.
A segurança é outra preocupação. Pelo projeto seriam criados setores no estádio visando impedir tumultos. Haveria alterações nos acessos ao estádio e aumento na quantidade de bilheterias. O número de banheiros também seria ampliado e a cantina sofreria alterações.
O projeto segue a tendência dos estádios mais modernos da Europa e da Ásia. Sakai, que ficou 10 meses no Japão como pesquisador, garante que o projeto dele é semelhante ao dos estádios daquele país, que recebem quantidade expressiva de torcedores durante todo o ano.
Shopping e Museu - O grande corredor com pilares daria lugar para lojas, transformando o ambiente numa espécie de shopping center. A colocação de vidro entre os pilares, permitiria o uso de ar-condicionado no local, além de dar privacidade em relação ao exterior. O Museu do Esporte traria a história dos clubes regionais como Operário e Comercial.
Sakai não fez as contas de quanto custaria a reforma, mas garante que o valor seria menor do que o da construção de um novo estádio. Ele defende que o projeto é viável e que Campo Grande tem condições de sediar jogos da Copa. “Campo Grande é uma cidade muito boa. A violência é muito menor do que no Rio (de Janeiro) e em São Paulo. Em breve, Campo Grande não terá mais favelas”, disse.
Nesta semana, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Voleibol), Ricardo Teixeira, veio a Campo Grande para entregar o caderno de encargos da Copa – um documento contendo o conjunto das exigências para as cidades candidatas a sede dos jogos.
Além de Campo Grande, Dourados é a outra cidade de MS que poderia receber partidas da Copa.
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